A primeira pesquisa do segundo turno entre o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) aponta vantagem para o candidato do PSL: 49% contra 36%. Considerando apenas os votos válidos, que excluem os votos bancos, nulos e indecisos, o deputado do PSL tem 58%, com vantagem de 16 pontos sobre o adversário petista, que aparece com 42%.
Bolsonaro passou ao segundo turno com 42% dos votos totais (46% dos válidos), enquanto Haddad recebeu 27% (36% dos válidos). Os votos brancos ou nulos da pesquisa desta quarta totalizam 8%, enquanto 6% disseram não ter decidido voto. O Datafolha ouviu 3.235 pessoas em 227 municípios nesta quarta-feira. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
O cenário confirma a dificuldade que Haddad terá no segundo turno para tirar votos de Bolsonaro. Uma comparação com a primeira pesquisa Datafolha do segundo turno em 2014, entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, ajuda a entender a situação. Na ocasião, Aécio, que acabaria perdendo a eleição, apareceu com 46% contra 44% da então presidenta candidata à reeleição. Também havia 4% de bancos e nulos e 6% de indecisos — menos do que neste segundo turno.
Os dados devem dar ainda mais tranquilidade para Jar Bolsonaro, que segue em sua campanha de internet, por onde divulgou uma proposta de 13ª parcela para o Bolsa Família. Após anunciar que não vai aos debates contra Haddad nos próximos dias por questões médicas, o deputado federal divulgou fotos com apoiadores, como o senador e governado eleito de Goiás Ronaldo Caiado (DEM), e um vídeo com o empresário Luciano Hang. Um comentário seu sobre se opor à privatização do “miolo” da Eletrobrás e da Petrobras foi usado para explicar a queda nas ações das empresas na Bolsa de Valores, que puxaram o Ibovespa para queda de 2,8%. Enquanto isso, Haddad deu uma entrevista coletiva na qual provocou o adversário, dizendo que iria até à enfermaria debater com Bolsonaro.
Decisão do voto
O instituto de pesquisa perguntou aos eleitores se o apoio de um dos candidatos derrotados no primeiro turno faria diferença na escolha entre Bolsonaro e Haddad. No caso de Marina Silva (Rede), 72% disseram que seria indiferente, enquanto 63% não se importariam com a posição de Ciro Gomes (PDT) e 69% não seguiriam Geraldo Alckmin (PSDB).
Outro dado curioso identificado pelo Datafolha é o momento da decisão do voto. Para presidente, 12% dos eleitores disseram ter escolhido o candidato no dia da eleição, enquanto 6% o fizeram na véspera, 8%, uma semana antes e 10%, 15 dias antes. A maioria de 63% decidiu o voto pelo menos um mês antes da eleição. No caso dos candidatos a governador, 17% dos eleitores se decidiram no dia da eleição, 9% na véspera, 12% uma semana antes, 12% 15 dias antes e 49% pelo menos um mês antes.