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BANDIDOS NO PODER - Na farra do Centrão, até Aécio Neves vira presidente de comissão na Câmara
Política
Publicado em 09/03/2021

O deputado mineiro e ex-presidente do PSDB Aécio Neves ficará com o comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

 A definição aconteceu nesta terça-feira (9) durante reunião entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários.

É a primeira vez que o tucano assume um posto de destaque desde maio de 2017, quando foi pego no escândalo da JBS. A previsão é que a instalação das comissões da Câmara seja feita nesta quarta-feira (10).

BRASÍLIA – Após uma disputa com o PSL, o PSDB assegurou a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, até então comandada por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O deputado Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à presidência da República, é o indicado dos tucanos para comandar o colegiado. Uma eleição virtual a ser realizada nesta quarta-feira, 10, deverá confirmar a decisão.

 

Segundo o líder do PSDB na Câmara, Rodrigo Castro (MG), o nome de Aécio foi avalizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelos ex-chanceleres José Serra, hoje senador, e Aloysio Nunes Ferreira.

A Comissão de Relações Exteriores é responsável por analisar a maioria dos tratados internacionais firmados pelo País e por aprovar projetos relacionados ao assunto. Foi na gestão do filho "03" do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, que o colegiado deu aval à utilização comercial da base de lançamentos de Alcântara, no Maranhão.

 

“A Comissão de Relações Exteriores sempre foi especialmente importante para o PSDB e a experiência do deputado Aécio será fundamental para que o colegiado traga contribuições relevantes às relações entre o Brasil e outras Nações, com foco no interesse nacional, e à busca da preservação da reputação do nosso País lá fora”, disse Castro.

 

A comissão era disputada também pelo PT, que queria o comando do colegiado para contestar medidas adotadas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ligado à ala ideológica do governo. O partido, porém, não teve chance nas negociações. “Seria muito importante assumirmos, em razão do descaso do governo com a imagem do Brasil, mas não conseguimos”, disse o líder do PT, Bohn Gass (RS).

 

Rival do PT na disputa pela Presidência, em 2014, Aécio disputou o cargo com o descendente da família real, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), que tentava manter o legado de Eduardo Bolsonaro. Em 2019, Eduardo atuou como “eco” do chefe do Itamaraty no Congresso. Os dois fizeram coro em críticas à China e a favor do alinhamento aos Estados Unidos.

 

No arranjo do comando das 25 comissões permanentes da Câmara, o PSL ficou com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a ser comandada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), com a de Agricultura, que irá para Aline Sleutjes (PSL-PR), e surpreendeu ao ganhar a de Meio Ambiente para a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

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