GRAJAÚ (MA) – As dúvidas sobre a mudança repentina na liderança do governo na Câmara de Vereadores de Grajaú ganharam mais elementos com a análise do discurso proferido pelo Vereador Dr. Eduardo Ribeiro na sessão plenária de terça-feira, 6 de maio – um dia antes de ser substituído na função pelo Vereador Zezinho do Gesso. Na ocasião, Dr. Eduardo, ainda como líder governista, fez críticas à gestão da secretaria de Obras e alertas sobre a articulação política interna, mirando especialmente em uma suposta interferência do Vice-Prefeito em assuntos do Legislativo.
O vereador iniciou mencionando que ele e outros colegas da base aliada vinham apontando problemas na Secretaria de Obras, citando especificamente a situação das estradas vicinais e questões de planejamento.
Contudo, o tom subiu ao abordar o que considerou uma interferência indevida do Vice-Prefeito e atual Secretário de Saúde, Luis Fernando, em outras áreas e, crucialmente, na própria Câmara. Dr. Eduardo defendeu que o prefeito Dr. Gilson deveria ter mais protagonismo e que o vice deveria focar em sua pasta.
Ele então direcionou a crítica ao vice-prefeito: "[...] não deve se meter na questão da educação [...] articular na Câmara eleições tal eu acredito que você deva fazer o papel no lugar que é colocado pelo prefeito [...]".
Dr. Eduardo finalizou seu discurso com um alerta sobre as consequências dessa suposta interferência, cogitando um possível rompimento de aliados com o governo: "[...] trazer uma [...] situação constrangedora pra Câmara para depois alguém que tá na situação ter que ir por falta de consideração ter que sair e ir pra oposição".
Contexto da Substituição
No dia seguinte a este discurso, confirmou-se a substituição de Dr. Eduardo pela liderança do governo. Embora os motivos oficiais não tenham sido comunicados, as críticas e o alerta feitos publicamente formam o contexto imediato que antecedeu sua saída.
O fato de Dr. Eduardo Ribeiro já ter presidido a Câmara em legislatura anterior confere peso adicional à sua crítica específica sobre a suposta tentativa do Vice-Prefeito de "articular na Câmara eleições tal". Sua fala demonstra preocupação com a autonomia do processo eleitoral interno do Legislativo, um tema pertinente à sua experiência pregressa no comando da Casa. O episódio evidencia as complexas dinâmicas e possíveis tensões internas na base aliada do governo municipal.