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PM que atirou em cadela em São Luís diz que é defensor dos animais: 'Não tinha outra opção'
25/01/2020 08:26 em NOTÍCIA

O soldado Rafael Constantino, que atirou na cadela Lessie, em São Luís, afirmou nesta sexta (24) ao G1 que nunca teve a intenção de matar o animal. Ele também argumenta dizendo que é defensor dos animais, tanto que resgatou um cachorro de rua e tentava protegê-lo. O PM também arcou com os custos do tratamento da cadela.

"Eu saí às nove horas para comprar um pão com meu cachorro, que resgatei da rua. Retornando para casa, tinha por volta de seis cachorros em cima da calçada da dita proprietária do animal. Quando fui passando, dois vieram atacar o meu cachorro. Eu não cheguei e atirei logo não. A minha primeira reação foi tirar o meu animal da direção porque ela vinha atacar o meu animal. Quando eu suspendi ele [cachorro do pm], ela [Lessie] passou correndo por debaixo dele e voltou na intenção de atacar de novo. Foi o momento que efetuei o disparo. Acertou e ela saiu correndo. Ela e o restante dos cachorros", explica o policial.

 
 

O caso aconteceu na segunda (20), no bairro Jardim Turu. De acordo com América Luana, que cuida de Lessie há três danos, a repercussão do caso deve servir de lição para o PM e outras pessoas que praticam crimes contra animais.

“Estava na porta quando o cidadão passou com um cachorrinho, e é natural de um cachorro latir para o outro. Então, eu acho que ela latiu para o cachorro e o intuito dele foi puxar a arma e atirar nela. A bala entrou e atravessou. Ficou mesmo bem feio”, afirmou América.

 

Rafael Constantino também falou que, naquele momento, não tinha outra opção a não ser atirar e que voltou ao local que atirou para dar assistência para a cadela. Disse ainda que não poderia atirar para cima porque faz parte do treinamento do policial não fazer isso.

"Não tinha outra opção. Muita pessoas questionaram dizendo 'por que você não pegou um pau?' Que pau? Eu estava numa rua totalmente asfaltada. Não tem pau, não tem pedra. Eu vinha com uma sacola de pão na mão e na outra a coleira com meu cachorro. Eu também não esperava um ataque do animal. Outras pessoas falaram 'por que não atirou para cima?' A gente foi ensinado que a última opção é atirar para cima porque a velocidade que ela [bala] sobe, ela desce e tem um grande risco de acertar alguém", disse o PM.

Apesar das alegações do policial, a Comissão de Defesa e Proteção dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA) afirmou que vai cobrar previdências das autoridades e acUma ação será enviada para a Corregedoria de Polícia Militar do Maranhão pedindo que o soldado seja punido administrativamente.

“Nós vamos na qualidade de membro da Comissão de Defesa dos Animais da OAB acompanhar não só o inquérito, mas também a parte da Corregedoria de Polícia a fim de que haja a penalidade administrativa e criminal e com isso, a gente vai dar o primeiro sinal do fim da impunidade contra os animais, seja por agentes públicos o que é um agravante, ou particular como um todo”, disse Sebastião Uchôa, presidente da comissão.

A Lei afirma que maus-tratos a animais é considerado crime ambiental, e pode levar até um ano de prisão. O caso da agressão contra a cadela Lessie chegou a ser enviado para a Delegacia do bairro Parque Vitória, mas não foi registrado nenhum boletim de ocorrência. O PM assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência,

que é utilizado em casos de menor potencial ofensivo, e se comprometeu a pagar todas as despesas do tratamento do animal. Após os cuidados médicos, a cadela passa bem e se recupera do incidente.ompanhar de perto o caso.

 

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