A Polícia Civil do Estado de São Paulo abriu um inquérito para investigar suposta lavagem de dinheiro no Corinthians, segundo apuração desta coluna.
O pedido pela abertura da investigação foi feito em setembro pelo delegado Tiago Fernando Correia, após requisição do Ministério Público, que recebeu três denúncias distintas e anônimas em diferentes datas.
Estão sendo investigados o presidente Duilio Monteiro Alves, o ex-presidente Andrés Sanchez, os conselheiros André Luiz de Oliveira - candidato à presidência pela situação -, Manoel Ramos Evangelista e o empresário Fernando Garcia.
O inquérito vai averiguar se eles utilizaram recursos financeiros do clube para fins particulares e se compartilharam informações confidenciais com terceiros de forma indevida.
A denúncia recebida pela polícia acusa transações financeiras fraudulentas envolvendo jogadores, contratações e patrocínios.
A delegacia determinou que a investigação seja feita pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Administração, Combate à Corrupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.
"Pessoas inescrupulosas novamente se utilizam do anonimato para tentar, caluniosamente, envolver o clube e terceiros em investigações. Há pouco tempo também assim agiram de forma similar, mas, como só poderia ser, essa apócrifa denúncia, sem amparo, foi sumariamente arquivada. Agora, por ser mera repetição e diante da absoluta falta de justa causa, novamente também será arquivada. Estamos, porém, solicitando investigação policial para tentar descobrir quem fez a denúncia caluniosa e falsa comunicação de crime e quais são seus reais motivos, justamente para que seja(m) correta e devidamente, responsabilizado(s)", disse o clube, em nota.
João de Oliveira, advogado de Andrés Sanchez, vê o inquérito como algo político, já que o clube terá eleições presidenciais no fim do ano.
"É um fato totalmente político. É alguém usando o aparato do Estado para fazer política. É uma denúncia anônima, apócrifa, não tem elementos. Vamos entrar com um habeas corpus pedindo o trancamento da ação. Existe o entendimento do STF de que denúncia anônima, apócrifa não é elemento para abertura de inquérito", disse o advogado.
Emanoel Evangelista, o Mané da Carne, disse que desconhecia o inquérito e acredita ser por conta da eleição. André foi pelo mesmo caminho.
"Não fui notificado. Soube pelo dr. Joao de Oliveira, ele vai me representar nos autos. Soube que é uma denúncia anônima sem fundamento nenhum. Coisa de política por conta da eleição no clube", declarou André.
Outro citado, o empresário Fernando Garcia, também se manifestou. "Eu não tenho ciência disso que você está me passando. Não recebi absolutamente nada [sobre o inquérito]. Quando eu receber, eu te falo", disse Garcia.
"O caso é investigado, sob sigilo, por meio de inquérito policial instaurado pela 4ª Delegacia de Investigações sobre Lavagem ou Ocultação de Bens e Valores do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Demais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao andamento das apurações", afirmou.