O voo do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, chegou a Brasília por volta das 7h20 deste sábado (14). Segundo passageiros, Torres saiu do avião escoltado por policiais federais antes dos demais viajantes. A Polícia Federal confirmou que ele recebeu voz de prisão ao desembarcar, no hangar.
Torres estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos. Usando máscara e boné, foi escoltado pela polícia de Miami na noite de sexta-feira (13), enquanto embarcava para o Brasil.
Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa. Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na Justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá."
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, no Palácio do Planalto - Antonio Cruz/Agência Brasil - Antonio Cruz/Agência Brasil
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, no Palácio do Planalto, em evento em 2021
No STF, Alexandre de Moraes determinou a prisão de Anderson Torres na última terça (10) e autorizou busca e apreensão na casa dele.
Durante a operação, agentes da PF encontraram uma proposta de decreto para reverter o resultado da eleição.
Torres disse que o documento foi tirado de contexto e seria inutilizado.
No Brasil, ele deverá esclarecer quem redigiu o texto e em quais circunstâncias.
Nesta semana, o Planalto recebeu informações sobre um encontro de Torres e Bolsonaro em Orlando.
Perda de cargo. Torres foi exonerado da secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no domingo (8), após golpistas invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do STF.
Ele já havia sido secretário do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), antes de ser nomeado ministro de Bolsonaro. Voltou ao cargo no início deste ano, apesar de aliados de Ibaneis desaconselharem a indicação.
Delegado da PF desde 2003, antes Torres havia sido papiloscopista da Polícia Civil de Goiás.