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Ato católico tem Bolsonaro calado, Kelmon aplaudido e folheto contra Lula
Publicado em 18/10/2022 09:29
NOTÍCIA

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, participou hoje de uma celebração católica, em Brasília, mas foi embora sem discursar. Ele esteve ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e permaneceu por pouco mais de uma hora no ginásio Nilson Nelson, onde foi realizado o evento.

Com tom eleitoreiro, a celebração teve políticos bolsonaristas aplaudidos no palco —como o padre Kelmon (PTB)—, discursos contra a esquerda e a distribuição de folhetos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro na disputa pelo Planalto. 

Como foi o evento? As pessoas chegaram aos poucos e, às 19h30, preencheram boa parte do ginásio com capacidade para 12 mil pessoas.

A maioria das pessoas vestia as cores da bandeira do Brasil. O palco foi decorado com cor verde e amarela. Foi possível encontrar alguns bonés e bandeiras com o número de Bolsonaro na urna.

Quem organiza o evento? A noite de clamor foi organizada pela Missão Mundo Novo, uma organização católica fundada em 2005 pelo deputado federal Eros Biondini (PL-MG), reeleito para o cargo no último dia 2.

Cantor e compositor de músicas cristãs, Biondini apoia Bolsonaro publicamente. Além de ter sido reeleito, ele viu a filha, Chiara Biondini (PP-MG), conquistar uma cadeira na assembleia estadual em Minas.

A celebração foi nomeada "Noite de clamor pelo Brasil: Terra de Santa Cruz", em referência ao nome dado ao país pela colonização portuguesa antes do atual. O evento vinha sendo divulgado nos últimos dias por apoiadores do presidente, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP).Como está a disputa presidencial? Na pesquisa mais recente do Ipec, divulgada hoje, Lula lidera a corrida ao Planalto com 54% dos votos válidos, contra 46% de Bolsonaro. Em comparação ao levantamento anterior do instituto, do último dia 10, o petista oscilou um ponto para baixo e o atual presidente um ponto para cima.

Ambos se movimentaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. No primeiro turno, Lula terminou com 48,43% (57.259.504) dos votos e Bolsonaro teve 43,20% (51.072.345). O segundo turno está marcado para o dia 30 deste mês.

"Batalha espiritual". O evento teve referências indiretas à disputa presidencial. Uma das participantes, a cantora e compositora Aline Brasil, afirmou que existe um "combate espiritual" em curso no Brasil. A artista antagoniza Lula e a esquerda nas redes sociais.

"Eu quero dizer, para todos que estão aqui, que essa luta, esse combate que nós estamos vivendo no Brasil, ele é espiritual. Alguém tem alguma dúvida quanto a isso? É um combate espiritual. E nessa batalha, nós não venceremos sem a Virgem Maria. É ela que avança como a aurora, temível como Exército em ordem de batalha", disse.

Parte do público presente levava um folheto com comparações mentirosas entre Bolsonaro e Lula, com temas como aborto e corrupção. Na parte da frente, havia a imagem e o número de campanha de Bolsonaro.

A reportagem procurou a campanha de Bolsonaro e a organização do evento para perguntar sobre quem produziu o folheto, mas não teve retorno até o momento.

Campanha em Aparecida. O evento com público católico acontece poucos dias depois da passagem de Bolsonaro pela Basílica Nacional de Aparecida durante feriado de 12, marcada pelo tom de campanha e hostilização de apoiadores à imprensa.

No dia, o arcebispo Dom Orlando Brandes criticou o presidente, sem citá-lo nominalmente. Outro padre disse em púlpito que "não era dia de pedir votos". Um dia antes, a presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) condenou "a intensificação da exploração da fé e da religião" como meio de angariar votos nessas eleições.

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