A senadora Simone Tebet (MDB) declarou hoje apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno após a executiva nacional do MDB anunciar mais cedo que adotará posição de neutralidade na disputa entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Apesar das críticas que fiz, depositarei nele o meu voto. Seu compromisso é com a democracia e Constituição, e desconheço o atual presidente", afirmou. No evento, está o vice da chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). "Não anularei meu voto, não votarei em branco, não cabe omissão", reforçou.
"Critiquei os dois candidatos e continuo a reiterar as minhas críticas, mas pelo amor que tenho ao Brasil e à Constituição peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade", falou. Segundo a senadora, seu voto está de acordo com sua "consciência e razão".
Segundo assessoria, Lula não participou da agenda porque já tinha compromisso marcado com apoio de governadores e senadores para o mesmo horário e a senadora queria fazer um pronunciamento próprio.
Durante a manhã, Tebet se reuniu com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa encabeçada por Lula e, depois desse encontro, almoçou com o ex-presidente na casa da ex-prefeita Marta Suplicy.
Esse almoço de Tebet com Lula foi organizado por intermédio de Janja, esposa do petista. Ela ligou para senadora na segunda-feira (3), um dia depois do primeiro turno, e passou o telefone ao ex-presidente para que os dois conversassem.
Tebet acompanhou a apuração das urnas em São Paulo e, após a contabilização dos votos, não retornou a Brasília nem viajou para Mato Grosso do Sul, seu estado natal.
Firmado em almoço. Segundo a presidente petista, Gleisi Hoffmann, o almoço para firmar a parceria foi "ótimo", com troca de "desafios da campanha".
"Ela apresentou ao presidente um hall de projetos que ela gostaria de ser incorporado ao nosso programa, na defesa que ele faz de políticas públicas", disse Gleisi. "Falou-se também sobre a defesa da democracia."
De acordo com a petista, as propostas eram focadas em educação, saúde e relacionados a "questão da mulher". "Não só na participação de espaços públicos como na questão de direitos", completou.
Vale mais que mil palavras. Com eventos na mesma hora, os dois deverão posar para uma foto oficial de aliança e dar entrevista juntos amanhã, depois de uma agenda de Lula em São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista.
Amanhã, Lula também deverá se encontrar com senadores do PSD.
A senadora terminou a disputa em terceiro lugar, com quase 5 milhões de votos (4,16%). Ela ficou atrás de Lula, que teve 48,43% dos votos válidos, e Bolsonaro, que registrou 43,20%.