Em conversa com jornalistas em Brasília na terça-feira (30/8), após evento em que falou para empresários, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou não ver problema em adquirir imóveis com dinheiro vivo.
“Qual o problema comprar com dinheiro vivo algum imóvel?”, questionou, em relação à informação de que praticamente metade do patrimônio dele e da família ter sido obtida dessa forma nos últimos 30 anos.
Da década de 1990 até hoje, 107 imóveis foram negociados pelo presidente, cinco irmãos, três filhos, a mãe e duas ex-mulheres. Em um total de 51 transações houve o uso de dinheiro vivo, segundo declarações dos familiares de Bolsonaro e informações levantadas pelo site Uol.
Não é contra lei a compra de bens utilizando dinheiro vivo, mas a Justiça e a polícia têm como indícios de ilegalidade quando os valores são muito altos. No caso dos parentes de Bolsonaro, hoje candidato à reeleição, as aquisições “em moeda corrente nacional’” totalizaram R$ 13,5 milhões. Atualmente, com a correção do IPCA, a quantia chega a R$ 25,6 milhões.
Na terça, o presidente reclamou de ter sido alvo da investigação realizada pelo portal Uol. “Falaram que fizeram um levantamento sobre imóveis da minha família desde 90. Por que eu?”, perguntou o presidente.
Aos jornalistas, Bolsonaro afirmou que seus filhos e outros familiares sofrem “pancadas” desde 2019, ano em que assumiu o governo. “Desde que eu assumi, quatro anos de pancadas em cima do Flávio, do Carlos, do Rennan. Familiares em cima do vale do Ribeira. O que eu tenho a ver com eles?’, questionou.