A obra do Ceasa foi licitada em 2019. O prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, deu um "ultimato" na empreiteira responsável pela obra em maio de 2021, segundo portal do Executivo local. Em setembro do mesmo ano foi publicado o encerramento do contrato de construção.
O camelódromo, oficialmente chamado de Centro de Comercialização de Produtos Regionais – Shopping da Cidade, está localizado no centro da cidade, ao lado do terminal de ônibus local. O prédio tem 5.000 metros quadrados de área construída, com mais de 250 boxes.
Apesar de o projeto ter sido anunciado como um meio para a comercialização de produtos regionais, o que estaria dentro do foco de atuação da Codevasf, os letreiros já instalados em alguns boxes indicam majoritariamente o comércio de acessórios para celulares e roupas.
CODEVASF DIZ QUE FALTA R$ 1 MILHÃO PARA CONCLUIR OBRA DO CEASA
Questionada sobre a interrupção da construção da Ceasa de Imperatriz, a Codevasf, por meio de nota, afirmou que houve atrasos no cumprimento do cronograma e baixa execução das obras previstas no acordo com a Prefeitura de Imperatriz e, por isso, o envio da verba que faltava para concluir a obra foi cancelado.
A Codevasf relata que a construção tinha orçamento de cerca de R$ 2,2 milhões e a estatal repassou R$ 1 milhão ao município.
"O valor restante do instrumento, caracterizado como restos a pagar, foi cancelado em 31 de dezembro de 2020 —cancelamentos ocorrem periodicamente em rotinas de execução orçamentária, para reavaliação dos empreendimentos".
A Codevasf afirma que cumpriu integralmente seus compromissos e agora estuda novas soluções orçamentárias e de execução para a obra.
Quanto ao camelódromo, a Codevasf relatou que a Prefeitura de Imperatriz é a responsável pela contratação da empresa que executou a obra e informações sobre a construção e o uso do espaço devem ser fornecidas pela municipalidade.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Imperatriz afirmou por meio de nota que a construtora vencedora da concorrência para a construção da Ceasa não estava cumprindo o cronograma físico da obra e sinalizou que não poderia prosseguir com a sua execução.
"Depois do distrato em comum acordo, uma nova licitação foi realizada e concluída. A nova empresa já assinou o contrato e ainda nesse mês a obra será retomada", segundo a nota.
Sobre o acesso à obra, a prefeitura relatou que ele "foi destruído devido ao inverno rigoroso que afetou a cidade. Com a diminuição das chuvas, a via será reconstruída com recursos próprios da Prefeitura de Imperatriz".
Quanto ao camelódromo, a prefeitura afirmou que a empresa ganhadora da licitação alegou que os preços dos materiais para construção da obra ficaram defasados, em decorrência da pandemia da Covid-19.
"Foi necessário fazer várias readequações e diversos prazos estabelecidos, o que ocasionou atrasos na obra. Um dos motivos apresentados foi o falecimento repentino do proprietário, gerando, segundo a empresa, problemas administrativos e financeiros", segundo a administração local.
A prefeitura prometeu que no dia 20 de abril iria entregar as cessões de uso dos boxes.
Ouviu beneficiários de boxes do camelódromo na terça-feira (26) e ele informaram que o centro comercial ainda não foi reaberto.
O senador Roberto Rocha afirmou que "faz as indicações das emendas com suas destinações. Quanto à execução das obras, estas são de responsabilidade do órgão executivo Codevasf e do convenente, a prefeitura do município".
"Cabe ao senador cobrar a celeridade para a conclusão da obra. Isto, ele tem feito", completou.
Questionado sobre ser alvo de investigação no STF, o senador disse que "a única atualização a ser feita é a da Folha de S.Paulo, reconhecendo que o senador nada tem a ver com o objeto em causa".