Para o ex-ministro Luiz Marinho, presidente do diretório paulista do PT, a pesquisa sugerida por Márcio França (PSB) para definir uma candidatura única da esquerda em São Paulo transmitiria ao eleitorado a sensação de indecisão e prejudicaria as pretensões eleitorais dos opositores dos governos federal e estadual, representados por Jair Bolsonaro (PL) e Rodrigo Garcia (PSDB).
França tem sugerido a realização de uma pesquisa eleitoral em que os eleitores seriam consultados a respeito de quem escolheriam para governador e também em quem admitem a possibilidade de votar. O vencedor na somatória dos cenários entre Fernando Haddad e ele seria o candidato da chapa PT-PSB.
Em fevereiro, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, se disse simpática à proposta.
"Não seria factível. Demonstraria uma dúvida que não existe, colocaria interrogações ao eleitor. Ela enfraqueceria nossas pretensões de consolidar a liderança de colocar o Brasil justo contra esses governos de Bolsonaro e BolsoDoria", afirma Marinho ao Painel.
O ex-prefeito de São Bernardo do Campo afirma que os números do levantamento Datafolha divulgado nesta quinta-feira (6) mostram que o eleitorado paulista enxerga o momento de experimentar com o PT, partido que nunca governou o estado.
Em cenário sem França, o petista segue na frente com 35% e a segunda colocação é dividida por Tarcísio e Rodrigo, ambos com 11%, mostrando a divisão dos votos do nome do PSB entre o ex-prefeito e o governador.
"O Haddad se consolida como a melhor alternativa para liderar a esquerda e tirar São Paulo da paralisia", diz Marinho.
"A minha esperança é de que se consolide a mesma parceria nacional [Geraldo Alckmin, do PSB, deverá ser o vice na chapa de Lula] aqui em São Paulo quando o PSB enxergar a consolidação do Haddad. Se fosse o contrário [França na liderança das pesquisas], o PT teria a obrigação [de retirar a candidatura e apoiar Márcio França no 1º turno]", completa Marinho.
Marinho defende uma composição com candidatura de França ao Senado.
"O Lula tem falado muito da importância das eleições parlamentares. O Márcio seria candidato ao Senado com respaldo nosso", afirma o ex-ministro do Trabalho.