Além disso, na mesma entrevista, o petista se posicionou pessoalmente contra o aborto e defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o procedimento na rede pública de saúde.
Outra fala do ex-presidente que ganhou repercussão ao longo da quarta (6) foi a declaração de que o aborto deveria ser tratado como questão de saúde pública. Nesta quinta (7), ao ser perguntado sobre o assunto na entrevista à rádio cearense, Lula se posicionou contra o aborto.
Além disso, o ex-presidente defendeu que mulheres que realizarem o aborto tenham acesso a tratamento na rede pública de saúde.
"Sou contra o aborto, tenho 5 filhos, 8 netos e uma bisneta. O que disse é que é preciso transformar essa questão do aborto em questão de saúde pública, ou seja, que as pessoas pobres que forem vítimas de um aborto tenham condições de se tratar na rede pública de saúde."
"Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe, de forma diferenciada, quando é numa pessoa que tem poder aquisitivo bom essa pessoa vai pro exterior e vai se tratar, e uma pessoa pobre que quer se tratar, como faz?."
"O que acho é que tem que ser tratado por questão de saúde pública, o Estado tem que dar atenção a essas pessoas pobres que por diversas razões abortam, e que eu não quero saber porque estão abortando, e o Estado tem que cuidar, não pode abandonar. Por mais que a lei proíba e a religião não goste, ele [o aborto] existe", acrescentou.
O aborto é permitido no Brasil apenas em três hipóteses, segundo a legislação: quando a gravidez é resultante de um estupro, quando há risco de morte para a mulher causado pela gravidez ou se o feto for anencéfalo (má formação no cérebro).
A avaliação interna no PT também é de que poderá haver um desgaste junto aos evangélicos, público com o qual Lula tenta aproximação.
Tido como um assíduo praticante da religião católica, o ex-governador de São Paulo, no entanto, manteve-se quieto, apesar de já ter externado posições críticas ao aborto no passado. O gesto foi visto como um primeiro teste de fidelidade ao petista.