SÃO LUÍS - A pesquisa Escutec trouxe um cenário de empate técnico entre o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Mas, mesmo com números próximos, quem mais pode comemorar o levantamento é o tucano. Comparando com números de antes de ser o candidato de Flávio Dino (PSB) e do Palácio dos Leões, Brandão chegou a amargar posições depois de Edivaldo Júnior (PSD) e de até Roberto Rocha (sem partido).
O Instituto Escutec ouviu 2 mil eleitores nos dias 17 a 22 de fevereiro na pesquisa que tem o número de registro na Justiça Eleitoral MA 03951/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o grau de confiança é de 95%.
E é na margem de erro que se ponde apontar para o empate técnico. Já falando dos números absolutos, Carlos Brandão comemora seu crescimento. Ele tem 19%, segundo a pesquisa divulgada nesta terça-feira, 22, no Imirante/O Estado.
O vice-governador, no entanto, já amargou posições com cerca de sete pontos percentuais a menos em pesquisas divulgadas ainda em 2021.
O seu crescimento, não há como não ser considerado, está ligado diretamente a definição do seu nome como o candidato de Flávio Dino e do seu grupo.
Diante de uma posição melhor de Brandão fica o questionamento: Dino errou em sua estratégia de tentar manter um grupo unido e indefinido por tanto tempo?
O que mostram os dados é que se apresentado antes, Carlos Brandão poderia já ter deixado a margem de erro de lado e liderar a corrida pela sucessão ao governo maranhense.
Sem Roseana
A definição da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de não concorrer ao governo do Maranhão também pode ser um dos motivos para o crescimento de Carlos Brandão.
O senador Weverton Rocha permaneceu na média percentual de outros levantamentos quando o nome da ex-governadora não aparecia na corrida pelo Palácio dos Leões.
Já Brandão teve percentual atual bem maior. Esta relação, por sinal, da saída de Roseana e crescimento do vice-governador é visto como um fortalecimento da conversa de apoio da emedebista ao tucano.
Sem concorrente
Já na corrida para o Senado, o governador Flávio Dino se mantém distante dos possíveis candidatos neste ano.
Ele aparece com 47% e o concorrente mais próximo, o senador Roberto Rocha, tem menos da metade do que pontuou Dino.
Contanto que nem Rocha e outros concorrentes como Othelino Neto (PCdoB) são de fato candidatos a senador, Flávio Dino segue para ganhar de WO a disputa pela única vaga do Senado este ano.
Ligação
Sobre a rejeição tanto no cenário para o governo quanto para o Senado, a relação com a disputa pela Presidência da República parece ter influência direta.
O senador Roberto Rocha, homem considerado fiel ao presidente Jair Bolsonaro (PL) é o que tem maior rejeição para o Senado e a segunda maior rejeição para o governo.
O que tem maior rejeição entre os pré-candidatos ao governo é o deputado Josimar de Maranhãozinho do PL, partido de Bolsonaro.
O mais rejeitados
O prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, apesar de ser pouco conhecido, tem uma rejeição que alcançou 12%.
Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Lahesio Bonfim somando têm 46% de rejeição do eleitorado maranhense.
Este percentual é próximo da rejeição do presidente Bolsonaro no Maranhão que alcançou 55% da opinião do eleitorado que disse não votar nele para reeleição.
Surfando
Enquanto Bolsonaro amarga a rejeição entre os maranhenses, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) surfa com tranquilidade na opinião dos eleitores maranhenses.
Lula alcançou na pesquisa Escutec 60% das intenções de votos e sua rejeição foi de somente 18%.
Com números como estes, a briga pelo apoio do petista deve ficar mais intensa entre os pré-candidatos ligados a Flávio Dino ou a partidos do campo da esquerda.
Os postulantes
Vale lembrar que o senador Weverton Rocha tenta de todas as formas ter o apoio de Lula e do PT a sua futura candidatura ao governo.
O vice-governador Carlos Brandão vai ter mudar de partido para tentar ter Lula ao seu lado durante a campanha deste ano.
Brandão deixará o PSDB e vai se filiar ao PSB, partido que o PT de Lula vem conversando para se unir em federação.
E mais:
O governador Flávio Dino, que deixará o comando do Palácio do Leões em pouco mais de um mês, tem aprovação positiva, segundo a pesquisa Escutec.
A administração do socialista tem 58% de aprovação. Os entrevistados que desaprovam a gestão dinista somam 36%.
Já o governo do presidente Jair Bolsonaro tem 65% de desaprovação e 28% de aprovação entre o eleitorado maranhense.
IMIRANTE23/02/2022 às 09h12