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Senador diz que Lula tomou cloroquina em Cuba; assessoria do petista nega
19/06/2021 09:00 em Política

 

Durante sessão da CPI da Covid, realizada nesta sexta-feira (18), o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) afirmou, sem provas, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou cloroquina em seu tratamento contra a covid-19. A assessoria do petista nega.

Segundo o parlamentar, Lula teria usado o medicamento —considerado ineficaz contra a doença— em Cuba, um dos países que mantêm protocolo para o seu uso. O petista foi diagnosticado com covid-19 em janeiro e passou pelo processo de quarentena em Cuba, onde estava desde dezembro para participar de gravações de um documentário sobre América Latina.

O Bolsonaro, presidente da República... ele pegou covid, tomou cloroquina e está bem, graças a Deus. Do outro lado está o presidente Lula: pegou covid? Pegou covid. Tratou onde? Tratou em Cuba. Em Cuba tem no protocolo oficial a cloroquina? Tem. Cuba, China e mais 27 países", afirmou Rocha.

"A questão é: o ex-presidente Lula que está aí (muito bem, graças a Deus!), com saúde tanto quanto o Bolsonaro e também tomou cloroquina. Essa é a questão: é evidente que tomou. Por quê? Por que não posso acreditar que o ex-presidente Lula, com o respeito que tem a Cuba, ele iria lá descumprir um protocolo oficial e ele próprio se automedicar?!", questionou o parlamentar, em seguida, mas sem apresentar provas concretas do que dizia.

Em nota enviada ao UOL, a assessoria de Lula rebateu a fala do senador tucano, e disse que ele tomou corticoide e anticoagulantes em seu processo de recuperação.

Os que apresentaram algum tipo de problema pulmonar, como Lula, tomaram corticoide e anticoagulantes. Os médicos cubanos receitaram também o imunomodulador Jusvinza a Lula. A droga age sobre substâncias inflamatórias da covid-19. Seu efeito no combate às reações da doença já entrou no protocolo de estudo de Cuba, que foi seguida por outros países, e deve ser usado com acompanhamento médico rígido, trecho de comunicado enviado ao UOL

"As pessoas que acompanhavam Lula e que não tiveram lesão pulmonar ativa usaram Interferon cubano, na versão injetável ou nasal. O medicamento também está em protocolo de estudo", conclui.

A assessoria do petista também afirmou que a cloroquina não está no protocolo de tratamento para covid em Cuba —o que é mentira.

No início de junho, o UOL Confere —plataforma de checagens do UOL— confirmou a informação lançada nas redes sociais inicialmente sobre uso de cloroquina em protocolo oficial de Cuba. China e Venezuela também utilizam o medicamento em procedimentos oficiais.

No entanto, no discurso popular, é comum que a hidroxicloroquina seja associada à cloroquina como se fosse o mesmo medicamento. Embora ambos os remédios tenham a mesma substância em sua base —a cloroquina—, seus usos e efeitos são distintos. A hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19, costuma ter menos efeitos colaterais e é considerada uma droga mais segura para outros tratamentos. Ainda assim, a verificação do UOL Confere observou que, em alguns casos, as autoridades locais adotam o uso de ambos os medicamentos.

O ex-presidente Lula foi imunizado recentemente: ele recebeu a segunda dose de vacina contra covid-19 em abril, em São Bernardo do Campo (SP). Na ocasião, o petista aconselhou o governo federal a "ouvir a ciência" no combate à pandemia do coronavírus.

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