No cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste, a Prefeitura de Manaus informou, nesta terça-feira (21), que está fazendo valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no local.
Conforme boletim desta terça-feira (21), Manaus já registrava 163 mortes por Covid-19.
No estado, o número de casos confirmados chegou a 2.270, com 193 mortes no total.
O rápido aumento de mortes por Covid-19 no estado fez com que dezenas de covas fosse abertas no mesmo cemitério, desde a última sexta-feira (17).
Segundo informações da prefeitura, desde março, houve um acréscimo de aproximadamente 50% na demanda.
Cartórios da capital também estenderam o regime de plantão para atender alta demanda de registro de óbito.
Nesta terça-feira (20), a Prefeitura de Manaus informa, por meio de nota, que devido ao grande aumento no número de sepultamentos realizados no cemitério, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) adotou o sistema de trincheiras para realizar o enterro das vítimas de Covid-19.
"A metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas. A medida foi necessária para atender a demanda de sepultamentos na capital", disse a nota.
Um vídeo publicado mostra o procedimento adotado pelos coveiros da cidade durante um dos enterros coletivos. Dez caixões são colocados lado a lado em uma cova e, depois, cobertos por terra.
Segundo o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), o número de pessoas que morreram sem conseguir internação para tratar a doença cresceu 36,5% em apenas um dia. “Está se caracterizando um certo colapso das possibilidades de atender”, afirmou nas redes sociais, atualizando que a quantidade de sepultamentos mais que triplicou em meio à pandemia: em períodos sazonais de gripe, o principal cemitério da cidade tem demanda diária entre 20 e 35 enterros.
“Um dia, bateu em 66, depois 88, ontem (segunda-feira), 121. Hoje (ontem), foram 106.” Com o aumento, o sistema funerário está sobrecarregado e, para lidar com a situação, foi criado um comitê de crise para óbitos. No cemitério Parque Tarumã, na zona norte de Manaus, enterros já ocorrem em valas coletivas.
Amazonas é o estado com maior número de mortos e infectados por 1 milhão de habitantes. O coeficiente chegou a 521, enquanto a média gira em torno de 180. Em relação aos óbitos, o índice é de 45, nove vezes superior à média nacional. Manaus também lidera o ranking entre as capitais, com coeficiente de mortalidade em 72.
No Pará, 97% dos leitos de UTI estão ocupados, e, na capital, não há mais vagas. Em Belém, o colapso do sistema não exclui a rede particular, como disse o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), em coletiva. As quatro UPAs da capital estão funcionando no limite de capacidade. Procurando solução, o governo de estado intensificou o ritmo de trabalho nas obras do Hospital Regional de Castanhal. A expectativa é a de concluir, esta semana, mais um andar do prédio e, com isso, instalar 60 novos leitos.
O estado aguarda a chegada de 400 respiradores para transformar leitos de enfermaria em unidades intensivas. Os equipamentos e mais 1,6 mil bombas de infusão foram comprados da China e devem ser enviados ao Brasil no sábado.
O cenário atual do Amazonas e do Pará serve como alerta a outros estados, que já estão próximos ou chegaram à capacidade máxima no Sistema Único de Saúde (SUS). Casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, as outras quatro unidades que lideram o ranking de infecções no Brasil. Em todos, o número de pessoas que perderam a vida para a doença passa de 200.
*Com informações retiradas dos sites Correio Braziliense e Estado de Minas
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