O diretor do presídio, Christian González, foi demitido do cargo e colocado à disposição da Justiça. Cerca de 30 funcionários do presídio foram ouvidos pela Justiça. Também foi aberta uma investigação interna para apurar possível participação deles na fuga.
Uma vistoria foi realizada no Presídio Pedro Juan Caballero. As autoridades paraguaias encontraram cerca de 200 sacos de areia amontoados em uma cela, o que reforçou a suspeita de omissão ou conivência de funcionários.
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Plano de fuga
Em entrevista coletiva após a fuga, a ministra da Justiça do país, Cecilia Pérez, ressaltou que o ministério denunciou em dezembro a existência de um plano de “fuga ou resgate” do PCC, pelo qual agentes penitenciários receberiam US$ 80 mil pela liberdade de líderes da facção. O efetivo policial foi reforçado nos presídios, mas não foi possível conter a fuga.
A ministra considerou o caso “extremamente grave e sem precedentes” e colocou o cargo à disposição do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez.
Um dos fugitivos, segundo o governo paraguaio, é David Timóteo Ferreira, considerado o líder do PCC dentro do sistema penitenciário do Paraguai. Outros seis são tidos como matadores de aluguel ligados ao tráfico.
Túnel em 2018
Em outubro de 2018, a polícia paraguaia descobriu um túnel em construção em uma casa vizinha da penitenciária de Pedro Juan Caballero. A obra tinha estrutura para comportar a passagem de até três pessoas por vez. O corredor subterrâneo já havia ultrapassado o muro do presídio, quando foi descoberto.
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Entenda o caso
Setenta e seis presos, muitos dos quais seriam integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), fugiram na madrugada do último domingo (19), da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil, próximo ao município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
O ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, disse que alguns dos presos já devem ter escapado para o Brasil. Outros ainda podem estar no país. “A maioria dos fugitivos é altamente perigosa”, disse o ministro.
O ministro do Interior considera a hipótese de que os detentos saíram pelos portões principais da prisão e que tiveram o apoio dos agentes.