A Polícia Militar vai apurar um possível abuso de autoridade por parte de policiais militares que atenderam uma ocorrência de perturbação de sossego público em Imperatriz, a 626 km de São Luís, na noite de terça-feira (14). O momento da confusão foi gravado por populares.
O caso viralizou nas redes sociais depois de uma abordagem da Polícia Militar. A PM foi chamada após uma denúncia de perturbação do sossego. Nas imagens gravadas, a proprietária do bar aparece na porta discutindo com um dos policiais, quando ela teria sido empurrada. Ela e mais duas pessoas foram conduzidas à delegacia por desobediência e perturbação.
Segundo Poliana dos Santos Mesquita, proprietária do estabelecimento, o bar já estava sendo fechado quando a polícia chegou ao local. “Quando os policiais vieram eu fiquei na porta quando outro policial chegou e falou para eu fechar eu estava na porta já com a minha placa de fechado e acabou que no meio da conversa com o policial ele se alterou um pouco e eu meio que falei que estava fechando e ele falou que eu era muito engraçadinha. Eu tenho uma lesão no meu braço, do qual ele pegou no meu braço, apertou o meu braço e eu pedi várias vezes para ele soltar o meu braço porque meu braço é quebrado, estava me machucando, me apertando. No que ele não soltou o meu irmão e meu primo puxaram o meu braço e ele perguntou quem era ele e ele falou ‘eu sou irmão dela’. Aí no que ele puxou ele meio que me empurrou pra empurrar o meu irmão que estava atrás de mim”, contou.
O estabelecimento fica situado na Rua Antônio de Miranda, na área central de Imperatriz. A confusão aconteceu por volta da meia-noite de terça. Já um ano e dois meses no local funciona um salão de beleza, mas a proprietária também passou a vender bebida alcoólica nos últimos sete meses e o espaço se tornou um ponto de encontro para os amigos.
Segundo o tenente Loiola, da Polícia Militar, a comerciante não tem autorização para que o local funcione como salão de beleza e bar ao mesmo tempo. “Ela não apresentou nenhuma das seis licenças a saber do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária, da Delegacia de Costumes, do Alvará da Prefeitura, da Secretaria do Meio Ambiente e da Defesa Civil. Ela não tinha nenhuma dessas licenças. A que ela apresentou foi de um estabelecimento na Praça da Cultura que a de ser implementado, talvez por ela, e diante disso foi dada a ordem que ela encerrasse as atividades no estabelecimento, que informações preliminares apontam ser um salão de beleza mas que vende bebida alcoólica, e cessasse com a interdição da via”, revelou.
Quanto a forma de abordagem dos policiais, se for constatado que houve excesso o caso será apurado, de acordo com o militar. “Acontece que dentro da doutrina policial militar nós temo o uso progressivo da força, que vai desde a presença policial passando para o saque da arma, por exemplo, empurrões até o uso da força letal. Se houve agressão é preciso que o cidadão ele tenha também agredido o policial e ele tenha utilizado, de forma moderada, da força compatível. Se houve qualquer tipo de excesso ele vai ser rigorosamente apurada e a Polícia Militar do Maranhão sempre apura qualquer tipo de excesso que é cometido pelos seus policiais. Nós não concordamos com este tupo de conduta”.
A dona do estabelecimento discorda da versão da PM e diz que tem todas as licenças do Corpo de Bombeiros, que atesta a segurança do local, além das concedidas pela Defesa Civil e Polícia Civil, que autoriza a venda de bebida no local com funcionamento até as duas horas da manhã. “Eu tenho a licença para eu vender bebida alcoólica até as duas horas da manhã, que é a licença da Delegacia de Costumes, que fica determinado que os bares e similares que deverão encerrar as suas atividades as duas da manhã. Ontem quando a polícia chegou, que veio por denúncia de vizinhos, não era nem meia-noite. Consta no boletim de ocorrência 00:30 porque foi o horário que a gente já chegou na delegacia. Não sei o horário que era, mas antes não era nem meia-noite e já estavam encerradas as vendas”, finalizou.