O presidente Lula (PT) convocou ministros do seu governo que já foram governadores para tratar da crise da segurança no país e pedir articulação política para aprovação de pautas da gestão petista sobre o tema —como a PEC da Segurança e o texto original do PL Antifacção, que tramita na Câmara.
Após a reunião desta quinta-feira (13), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que os ministros estavam alinhados à visão do governo sobre o assunto e foram incentivados por Lula a sensibilizar o Congresso e fazer enfrentamentos.
Sete titulares da Esplanada que já chefiaram governos estaduais estiveram no encontro: Camilo Santana (Educação), ex-gestor do Ceará; Geraldo Alckmin (Indústria), de São Paulo; Renan Filho (Transportes), de Alagoas; Rui Costa (Casa Civil), da Bahia; Waldez Goés (Desenvolvimento Regional), do Amapá; e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), do Piauí.
No mesmo dia, Castro e os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG), e Jorginho Mello (PL-SC), além da vice governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF), reuniram-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para discutir mudanças ao projeto.
Eles indicaram que apoiam o texto de Derrite, mas disseram ainda o considerar insuficiente.
O PL Antifacção
A tramitação do PL Antifacção ampliou a disputa política entre governo e oposição acerca da segurança pública após a operação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
A proposta foi enviada pelo Palácio do Planalto, mas o governo Lula acabou contrariado com a decisão de Motta de entregar a relatoria a Derrite, secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
A primeira versão do texto de Derrite, na visão de governistas, abria brecha para o enfraquecimento da soberania nacional e da ação da Polícia Federal, algo que o relator classifica como narrativa falsa.
O governo e o PT passaram a defender a PF e relacionar o projeto antifacção à PEC da Blindagem e, diante do desgaste público, Derrite desistiu das medidas mais polêmicas e disse que iria preservar a competência da PF —o que foi visto como uma vitória para a esquerda.