O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reagiu aos ataques feitos à Corte nas manifestações de domingo (7) que comparavam o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) a processos ditatoriais.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, durante palestra de abertura de seminário sobre direitos trabalhista no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress
"Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica", afirmou o ministro em mensagem enviada à coluna.
"Por ora, o que posso dizer é que, tendo vivido e combatido a ditadura, nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade. Na vida, não adianta querer quebrar o espelho por não gostar da imagem", seguiu o magistrado.
A ditadura militar brasileira, apoiada por Jair Bolsonaro, cassou ministros do STF, suspendeu habeas corpus, promoveu prisões arbitrárias e permitiu a tortura e o assassinato de opositores políticos.
Ao discursar na avenida Paulista no domingo (7), Tarcísio de Freitas disse que Bolsonaro não está tendo um julgamento justo, fez críticas a Moraes, mandou indiretas ao STF e definiu a delação de Mauro Cid, que envolve Bolsonaro no crime de golpe de estado, como "mentirosa" e feita sob coação.
"Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega", disse em recado ao Supremo. "Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer", declarou diante de um público que empunhou bandeiras de Israel e abriu um bandeirão dos Estados Unidos.
Ao ouvir que a multidão gritava "fora, Moraes", Tarcísio chamou o magistrado de ditador. "Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país", afirmou.
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