Os parlamentares governistas da CPI de 8 de Janeiro veem como um caminho natural convocar militares do alto escalão para depor. Antes considerada um risco para a estabilidade política, a medida de chamar generais para falar na comissão parece fundamental na investigação das invasões das sedes dos Poderes.
Antes da abertura da CPMI, estava sendo motivo de dúvidas se nós teríamos coragem de fazer isso. E que isso até podia até criar no governo atual uma instabilidade, ou algo com o Exército. E, de repente, não seria bom para a nação, traria realmente uma instabilidade. Só que nós vimos que essas dúvidas caíram por terra.
Senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS)
Diversos episódios na CPI macularam a imagem dos militares. Houve declarações de depoentes e documentos que envolveram as Forças Armadas em episódios de natureza golpista.
Na quinta, por exemplo, o hacker Walter Delgatti afirmou que esteve no Ministério da Defesa várias vezes e que prestou uma espécie de consultoria para os técnicos da pasta que tentavam desacreditar o sistema eleitoral.
Ele também falou que ajudou a elaborar um documento sugerindo criar dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas. O relatório do ministério divergiu dos resultados das demais entidades nacionais e estrangeiras de fiscalização.
Tudo isso que eu repassei a eles [militares] consta no relatório que foi entregue ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse.
Walter Delgatti, hacker, à CPI