Procurado pelas autoridades, um guarda municipal é apontado como o suspeito de ter forçado um jovem que empinava moto a praticar sexo oral no amigo em meio a uma sessão de tortura após abordagem a motociclistas em Itapecerica da Serra (SP). Os outros cinco agentes suspeitos foram presos na terça-feira (15). Eles negam que tenha havido abusos na ocorrência, do dia 7 de maio deste ano.
O que aconteceu
Emanuel Formagio, 43, já foi subcomandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Itapecerica da Serra. A participação dele no crime foi indicada pelas próprias vítimas, segundo indicam as investigações.
De acordo com o inquérito, os jovens foram agredidos com chutes, socos e pauladas. As vítimas reconheceram Formagio como o agente que teria obrigado um jovem a fazer sexo oral em um dos amigos. "Toda a grotesca cena [foi] acompanhada de perto por outros cinco guardas municipais", cita o inquérito policial que embasou a denúncia do MP.
A sessão de tortura só terminou quando parentes de um dos jovens chegaram ao local. Eles ouviram pelo celular o áudio do momento em que eles foram torturados.
O jovem havia ligado para a família e colocado o celular no bolso sem que os guardas percebessem, segundo as investigações. A família fez vídeo mostrando a mãe ouvindo o celular, enquanto estava dentro de um carro. "Estão batendo no meu menino", reagiu a mãe, com o aparelho no ouvido.
"Vocês vão chupar um ao outro, estão falando", disse uma das parentes do jovem, que também ouvia a ligação. O conteúdo foi anexado ao inquérito policial.
Com mandado de prisão temporária decretado pela Justiça dia 10 de agosto, cinco dos seis guardas se apresentaram à Polícia Civil esta semana. Só Formagio permanece foragido e está sendo procurado pelas autoridades.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Formagio. O advogado Cleisson Martins, que representa dois suspeitos, disse ter conversado com os cinco agentes antes de se entregarem à polícia. Eles negaram que qualquer crime tenha sido cometido na abordagem.