Autoridades afirmam que 54 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após um homem-bomba detonar explosivo durante evento político no distrito de Bajur, antigo reduto do Talibã paquistanês. Testemunhas relatam cenas de terror.
O incidente foi considerado um dos piores ataques dos últimos anos no país asiático.
O comício reunia mais de 400 membros e simpatizantes da sigla religiosa conservadora Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), do clérigo linha-dura Maulana Fazlur Rehman, nos arredores da cidade de Khar, capital do distrito de Bajur, perto da fronteira com o Afeganistão.
Autoridades disseram que a explosão foi provocada por um homem-bomba. "Foi um atentado suicida, e o homem-bomba se explodiu perto do local", afirmou Riaz Anwar, representante do Ministério da Saúde na província de Jaiber Pastunjuá, à agência de notícias AFP.
Imagens do incidente mostraram cenas de horror, com corpos espalhados pelo local e voluntários ajudando a levar vítimas ensanguentadas para as ambulâncias.
"A tenda [onde ocorria o comício] desabou de um lado, prendendo pessoas que tentavam desesperadamente escapar", relatou uma testemunha à AFP. "Era uma confusão total, havia carne humana, restos de membros espalhados e cadáveres."
Por telefone, um outro partidário de 24 anos contou que fraturou o braço durante a explosão. "Me vi deitado ao lado de uma pessoa que havia perdido as pernas. O ar estava intoxicado com cheiro de carne humana."
A Assembleia Nacional do Paquistão será dissolvida nas próximas semanas, antes das eleições previstas para outubro ou novembro, e os partidos políticos estão atualmente em campanha.
"[O ataque] faz parte da violência terrorista que parece estar aumentando no Paquistão antes das eleições para criar uma sensação de instabilidade que pode levar ao adiamento das eleições", afirmou Imtiaz Gul, diretor executivo do think tank Center for Research and Security Studies (CRSS), com sede em Islamabad.