Policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam hoje um jovem de 19 anos suspeito de participar de um grupo que aliciava crianças e adolescentes por meio da rede social de games Discord e as estuprava.
O que aconteceu:
O jovem se apresentou à unidade policial do Carandiru, na zona norte da capital. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), contra ele havia um mandado de prisão temporária.
Ele é suspeito de envolvimento em uma associação criminosa que atuava no ambiente digital. Ele é suspeito de estuprar pelo menos uma adolescente de 13 anos, de Santa Catarina, que o denunciou à polícia. Ela contou aos investigadores que conheceu o suspeito pelo Discord e se mudou para São Paulo, onde passou a morar na casa dele e foi estuprada.
Além do jovem, que não teve a identidade divulgada pela Polícia Civil, outros três foram presos: Vitor Hugo Souza Rocha, 21, Gabriel Barreto Vilares, 22, e William Maza dos Santos, 20 — este último foi denunciado pela deputada federal Duda Salabert como autor de ameaças de morte e estupro dela e de sua filha de quatro anos.
Polícia Federal identificou 10 vítimas
A PF (Polícia Federal) já identificou dez vítimas de tortura virtual no Discord, segundo reportagem do Fantástico (Globo) exibida ontem (25).
Izaquiel Tomé dos Santos, conhecido como Dexter, preso em abril, admitiu ter chantageado as garotas
para que elas se mutilassem.
Uma das vítimas, de 15 anos, detalhou à Globo como era a tortura. "Ele mandava cortar o nome dele nas partes íntimas e ficava falando que, se eu não fizesse tal coisa em tal hora, ele iria me expor".
O chefe de segurança do Discord, Clint Smith, afirmou que a empresa trabalha para acabar com o discurso de ódio e conteúdo inapropriado no aplicativo. "O Discord não tolera comportamento odioso. Somos um produto gratuito para mais de 150 milhões de usuários ao redor do mundo. De tempos em tempos, conteúdo e comportamento ruim vão acontecer. Trabalhamos ativamente para remover esse conteúdo".