Um idoso de 70 anos foi preso em flagrante após ameaçar e ofender dois clientes negros, um homem e uma mulher, em um restaurante de Brasília. Ele foi solto horas depois e está em liberdade provisória.
O que aconteceu?
Um homem de 48 anos e uma mulher de 58 receberam ameaças e ofensas racistas. Eles estavam no restaurante Maiorca Gastrobar, localizado na Setor de Mansões do Lago Norte da capital federal, quando um idoso de 70 anos começou a ofendê-los. Sua identidade não foi divulgada pela polícia.
"A carne preta é a mais barata", grita o idoso, mais de uma vez, em uma gravação no local. O caso ocorreu na noite do último domingo (4)."Me aguardem", ameaça ele em trecho de vídeo. Outro momento ele diz algo que não é possível formar a frase, mas cita "escravidão", e novamente repete:" Eu peço perdão. A carne preta é a mais barata. Peço perdão".
O homem estava embrigado, segundo a PM. "Visivelmente embriagado, tornando o diálogo bastante desafiador", declararam os policiais no Boletim de Ocorrência.
Mesmo diante da PM, o idoso repetiu insistentemente a frase "A carne negra é a mais barata", e alegou se tratar de uma música. No entanto, ele não faz citação à Elza Soares, que tem uma música chamada "A Carne" justamente com o trecho que o idoso gritou. Mas a música que tocava no local era "Banho de Lua", hit de Celly Campello.
Ele se negou a pedir desculpas e alegou que não fez nada de errado. A polícia então o conduziu sem resistência ao banco traseiro da viatura, enquanto ele continuava as ameaças dizendo "vocês vão ver". Ele foi levado até a 6ª Delegacia de Polícia Civil, em Paranoá.
A prisão foi em flagrante por injúria racial. Contudo, a Polícia Civil informou ao UOL que ele recebeu Alvará de Soltura Judicial e está em liberdade provisória.
"Profunda desaprovação em relação ao incidente de racismo". O restaurante publicou nota de posicionamento no Instagram e repudiou o episódio ocorrido no estabelecimento: "Lamentamos profundamente que um de nossos clientes tenha sido uma dessas vítimas. Queremos deixar claro que essa atitude não reflete os valores e princípios que defendemos e que estamos tomando medidas para garantir que isso não ocorra novamente".