O presidente Lula (PT) chorou no lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador, após uma mulher na plateia ser encaminhada ao palco, onde ela se ajoelhou e disse que o povo "está morrendo".
Quem é a muher quilombola que emocionou Lula?
O que aconteceu:
Quando o presidente começou o discurso, ele foi interrompido por uma mulher na plateia que tentava entregar um papel para ele. Lula pediu que ela pudesse ir até o palco, onde ela o deu o item, aparentemente um documento, no qual o petista escreve algo de caneta, sem ler e sem explicar o conteúdo.
Ao se ajoelhar, ela disse: "A mulher está morrendo, Lula, nosso povo está morrendo. Lula, pelo amor de Deus". Ela foi escoltada para fora do palco por Janja, a primeira-dama.
Mais tarde, o Quilombo Rio dos Macacos disse que a mulher é sua representante, Rose Meire dos Santos Silva. O ofício é sobre a situação da comunidade, que precisa de demarcação e sofre com acesso à água e falta de saneamento básico.
Lula, então, reiniciou a fala, mas chorou e precisou beber água. Ele disse ter largado o discurso pronto para improvisar e deu continuidade ao evento, realizado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.
No pronunciamento, o presidente teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL): "Me parece que o destino nos jogou uma praga de gafanhoto, em apenas quatro anos destruíram tudo que fizemos, o país gerou mulheres como essa, desesperada. 30 milhões voltaram a passar fome, outros milhões exigem proteínas suficientes. Voltei para gente fazer mais e melhor".
Temos que ter compromisso com o povo pobre desse país e por isso eu estou aqui. Esse governo permite que vocês sejam contra, não concordem, isso é democracia. Os ignorantes desse país precisam aprender que cultura não é gasto, pornografia ou coisa menor. Cultura é o jeito da gente falar, comer, dançar, andar, cantar, pintar, fazer aquilo que a gente sabe fazer e cultura significa emprego, milhões de oportunidades para gente que precisa comer. Portanto, os ignorantes, fiquem sabendo: a cultura voltou nas mãos de uma mulher negra na Bahia para fazer a revolução necessária.Lula sobre ministra da Cultura