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Maranhão é o 2º estado do Nordeste com maior número de pacientes esperando por cirurgias
NOTÍCIA
Publicado em 10/05/2023

Mais de 47 mil pessoas aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar um procedimento cirúrgico no Maranhão.

O Maranhão é o segundo estado do Nordeste e o sexto do país com o maior número de pessoas à espera de uma cirurgia. O levantamento do Governo Federal mostra que 47.488 mil pessoas estão na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) em busca de um procedimento cirúrgico.

Entretanto, a situação poderia ter melhorado já que o Estado é um dos que mais receberam recursos do Programa Nacional de Redução de Filas, no início deste ano, para mudar o cenário. Ao todo, R$ 600 milhões de reais destinados para reduzir, ao menos, 40% das filas em 19 estados do país.

Déficit de médicos

Entre os motivos que podem levar esta demora, é a falta de médicos. Um estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o Maranhão é o estado com maior déficit de médicos por habitantes. São cerca de 8 mil profissionais, o que representa um médico para cada grupo de mil habitantes.

Sem médicos, a realização de qualquer procedimento, fica complicado. Jardel de Sousa dos Anjos, de 18 anos, sofreu um acidente de moto há quatro meses e aguarda uma cirurgia para recuperar os movimentos do braço e da mão.

Por outro lado, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que é onde ele deveria fazer a cirurgia, diz que não tem anestesias disponíveis para o procedimento.

"A minha preocupação é de fazer logo essa cirurgia, para não perder o movimento todo. Eu quero porque sou muito novo e quero conquistar muitas coisas pela frente e, trabalhar para ajudar minha família dentro de casa", diz Jardel.

A situação fica mais complicada já, segundo a família, o prazo para que ele não perca o movimento está diminuindo. Simara Costa de Sousa, mãe de Jardel, diz que ele tem apenas dois meses para fazer a cirurgia, antes de ter sequelas irreversíveis.

"Ele não tem movimento, tem muito pouco, pouquíssimo movimento, ele sente muita dores e eu tenho que praticamente, um dia sim ou não, ir na emergência para morfina, tramal, meio mundo de medicação e eu nem tenho condições de comprar essas medicações. Ela [a cirurgia] passa na frente de até cirurgias de coluna, porque ela tem um tempo até seis meses, ele pode até fazer por fazer, mas ele não vai ter movimento nenhum", diz a mãe do jovem.

O que dizem os citados?

Em nota, o Governo do Estado disse que as cirurgias custeadas com o recurso do Ministério da Saúde foram iniciadas nesta semana, em unidades estaduais. O governo afirma que está finalizando um levantamento das demandas por região para iniciar o mutirões.

Também em nota, o Hospital Universitário da UFMA, explicou que houve uma mudança na empresa que prestava serviço de forma terceirizada e por isso, estão dando prioridade para algumas cirurgias. Sobre o caso de Jardel, o hospital disse que foi realizado um procedimento de risco cirúrgico, mas que o procedimento não foi marcado pois há 30 pessoas aguardando na frente dele na fila.

Por Ádria Rodrigues, TV Mirante — São Luís

09/05/2023 20h19  Atualizado há 12 horas

 

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