O problema afeta cerca de 65 municípios maranhenses, localizados na área das bacias mais desmatadas do cerrado, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado).

O desmatamento no cerrado brasileiro, em particular na região que abrange partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), vem crescendo significativamente, nos últimos anos. O problema afeta cerca de 65 municípios maranhenses, localizados na área das bacias mais desmatadas do bioma, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado).

De acordo com informações do SAD Cerrado, as localidades com maior número de desflorestamento, dentro da área das bacias hidrográficas, foram os municípios de Balsas e Carolina, no Sul do estado. O agravamento da devastação, nas cidades, pode ocasionar a escassez de água potável, afirmam especialistas.

O Maranhão, segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), foi o estado que teve a maior área de vegetação nativa desmatada com 2.281,72 km², seguido por Tocantins 1.710,55 km² e Bahia 925,11 km².

O cerrado e o Matopiba

O cerrado é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, abrigando uma pluralidade de espécies vegetais e animais. Além disso, a região é considerada essencial para a variedade hídrica do Brasil, abastecendo seis das oito bacias hidrográficas do país, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. No entanto, o desmatamento desordenado vem comprometendo a capacidade do bioma em cumprir esta função.De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), só no mês de fevereiro deste ano, foram destruídos cerca de 558 km² de vegetação na região, apresentando um aumento significativo em relação ao mês de janeiro.

O Maranhão se manteve, em 2022, como o estado que mais desmata. Na cidade de Balsas (MA) foram mais de 24 mil hectares desmatados, contra 14 mil no ano anterior. A alta correspondeu a quase 60%.

Um dos principais impactos do desmatamento do cerrado na região do Matopiba é a redução da oferta de água. O problema afeta a rios e nascentes das cidades situadas no bioma, que nascem na região. Com o desmatamento, os corpos d'água podem secar mais rapidamente, o que torna propício o surgimento de crises hídricas, potencialmente graves, nos próximos anos.

Além disso, o desmatamento do cerrado também contribui para a emissão de gases de efeito estufa, agravando as mudanças climáticas e comprometendo a segurança alimentar das populações situadas na região. O bioma é considerado essencial, enquanto fonte de alimentos, como soja, milho, feijão e arroz, cultivados por agricultores familiares e pequenos empresários.

Por g1 MA — São Luís

03/04/2023 17h11  Atualizado há 16 horas