Mesmo não expondo a situação por ser um político do diálogo, Brandão não conta mais com a amizade e apoio do ex-governador, senador e ministro da justiça, Flávio Dino
Depois do carnaval, mais indícios aparecem de que o rompimento entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), está mais próximo do que muitos observadores da cena política poderiam imaginar.
A greve dos professores é bem sintomática deste racha e ainda o evento da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem).
Durante o carnaval, Dino até esteve no circuito da Beira-mar, no entanto, não foi visto ao lado de Brandão, o que é estranho tratando de aliados e uma relação de sete anos de governo.
O próprio governador disse, em entrevista ao Imirante, que fez o convite ao ministro para ir ao carnaval, mas que ele não estava tão "carnavalesco assim".
Diante disto, houve só um comprimento de longe ao se olharem na avenida.
Depois disto, veio a greve dos professores da rede estadual de ensino.
Esta ocorre após oito anos.
Isto porque, durante o governo de Flávio Dino, o sindicato dos docentes nunca reclamou de qualquer falta de reajuste salarial.
De abril a dezembro de 2022 - tempo do primeiro mandato de Brandão no Palácio dos Leões - não houve revolta.
Tudo isto porque o sindicato sempre foi ligado ao PCdoB, que por anos foi o partido de Dino.
No entanto, pelas relações difíceis de Brasília com o Maranhão, a entidade “tomou consciência” sobre reajuste salarial e decretou greve.
Por fim, a Famem organiza um evento e estrutura as agendas para não deixar que Carlos Brandão e Flávio Dino sentem à mesma mesa. Tanto que, os dois ficaram em dias diferentes. Não em horários, mas em dias diferentes.
Tudo poderia ser somente coincidência. Mas não é! O rompimento oficial (para o público) não deve tarde mais. As relações são conflituosas e não se mostra que haverá uma mudança. Pelo contrário: assim que a pré-campanha para prefeito começar, o acirramento deverá ser maior e maior.
Os aliados do grupo trincado Brandão/Dino? Uma parte tentar avançar no diálogo para contornar a crise (estes com mais expressão de desejo do que realmente na confiança que poderá mudar o cenário) e a outra parte que já admite que o rompimento oficial é inevitável.
Sem encontro
O governador Carlos Brandão esteve em Brasília, pelo menos, três vezes nos útiltimos meses. Na ida a capital federal, não houve o encontro dele com Flávio Dino.
Na última vez que esteve por lá, havia um almoço agendado para acontecer, mas acabou não ocorrendo. Consta que foi o governador que não quis.
Dino e Brandão não tem se falado e eles sabem das opiniões e posicionamentos de cada um por meio dos aliados.
Ainda um mistério
Continua um mistério a nome de quem vai comandar a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) na gestão de Carlos Brandão.
O governador ainda não definiu se mantém o coronel Sílvio Leite ou se troca. Há muitas dúvidas.
Os aliados de Brandão garantem que ele não se manifestou em nada sobre o assunto. Até porque o comando da SSP é um ponto de divergência entre os aliados do governador.
Minuto Barra.
O senador e Ministro da Justiça, Flávio Dino, muda de esquina para não topar com o governador Carlos Brandão.
Mesmo tentando não expor a situação por ser um político do diálogo, Carlos Brandão não conta mais com a amizade e apoio do ex-governador, senador e ministro da justiça, Flávio Dino.
O rompimento se deu ainda em dezembro de 2022, porém, vem sendo abafado o máximo possível pelo Palácio dos Leões.
Segundo uma fonte bastante ligada ao ministro Flávio Dino, um acordo havia sido feito para que o deputado Othelino Neto fosse reconduzido ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão. Ocorre que, Othelino Neto, não era visto como alguém de confiança dentro da ala Brandão.
O governador queria alguém ligado às suas boas ideias no comando da ALEMA e, com esse propósito, convidou a deputada Iracema Vale para concorrer ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa. Othelino Neto com o apoio de Flávio Dino ainda tentou continuar com sua candidatura, mas não suportou a força do governador Carlos Brandão e acabou desistindo da candidatura à presidência da ALEMA.
Outro ponto que deixou Flávio Dino desapontado com Brandão, foi o fato de o governador indicar para o primeiro escalão vários nomes ligados ao grupo Sarney. Brandão “deu uma limpa” no Palácio dos Leões e retirou de vários cargos nomes bastante ligados ao ex- governador.
Flávio Dino sentiu que já não era mais o maior nome da política maranhense nos últimos anos e, principalmente, agora.
Brandão vem dando uma verdadeira lição no ex-governador, mostrando a Dino o que é de fato um verdadeiro líder. Brandão conta com o apoio de praticamente todos os 217 prefeitos, de quase todos os 42 deputados estaduais e de mais de 90% dos deputados e deputadas federais.
Para 2026, Brandão encontra-se disposto a não renunciar ao seu mandato para concorrer ao senado. Se ele renunciar em 2026, assumiria o vice-governador Felipe Camarão e, naturalmente, Camarão seria candidato à reeleição. Ocorre que, Felipe Camarão é aliado de primeira hora de Flávio Dino, mesmo sendo vice e ocupando a secretaria de educação.
Dependendo da boa atuação e lealdade da deputada Iracema Vale, Brandão já estuda a ideia de lançá-la candidata a governadora em 2026.
O Blog Minuto Barra questionou um aliado de Flávio Dino quanto ao relacionamento político com o governador Brandão.
“Existem abraços entre os dois”? respondeu o aliado; completando em seguida, “não existe sequer um aperto de mão; e finalizou, “o ministro evita ao máximo qualquer aproximação com Brandão”. Pontuou.
Flávio Dino já não mais aparece em eventos em que Brandão se encontra. A última aparição dos dois na mesma mesa, foi em dezembro, durante a solenidade de diplomação dos eleitos pelo TRE em São Luís.
Flávio Dino rejeitou o convite de Brandão para comparecer na posse dos secretários em Imperatriz. Sendo que antes, Flávio Dino não compareceu na solenidade de recondução de Brandão ao cargo de governador em 6 de janeiro de 2023.
Já no evento realizado pela Famem agora, entre os dias 13 e 14 de março, Flávio Dino se recusou em ser palestrante no mesmo dia em que Brandão foi o palestrante. Uma fonte segura disse ao Blog Minuto Barra que Flávio Dino pediu ao presidente da Famem a colocar ele e Brandão em dias diferentes. Pedido atendido prontamente.
O rompimento é real!