Medida passa a vigorar nesta sexta (3); Prefeitura de São Paulo não respondeu se decisão valerá para ônibus
SÃO PAULO
O uso de máscara em metrô, trens e ônibus intermunicipais no estado de São Paulo deixará de ser obrigatório a partir desta sexta-feira (3).
Assim, o uso passa a ser recomendado, principalmente para públicos de risco específicos, como pessoas com mais de 65 anos, com imunodeficiência, comorbidade e sintomas respiratórios.
"A decisão está em consonância com a da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em desobrigar o uso do item em portos e aeroportos do país, anunciada nesta semana", disse o governo estadual em nota, nesta quinta (2).
Passageiras com máscara na estação Santana, na zona norte de São Paulo - Rubens Cavallari - 26.nov.22/Folhapress
O governo afirmou que monitora a evolução da pandemia diariamente com base nos indicadores de casos e internações. Segundo a administração estadual, os indicadores, até o momento, não sugerem que houve um aumento significativo de casos de Covid-19 devido às festas de Carnaval.
Além disso, o governo paulista destacou os altos índices de vacinação. Até esta quinta (2), foram aplicadas mais de 129,5 milhões de doses no estado, o que significa que 90,7% da população acima de seis meses de idade estão com esquema vacinal completo.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo não disse se a medida será aplicada também nos ônibus. A decisão do Governo de São Paulo é divulgada um dia depois de a Anvisa retirar a obrigatoriedade do uso de máscara dentro de aviões e de aeroportos no Brasil.
A capacidade protetora das máscaras varia conforme o tipo de material utilizado e a trama. Um estudo feito pela USP avaliou a eficiência de filtragem de diferentes tipos de máscaras vendidos no Brasil e encontrou que as máscaras N95 ou PFF2 são as mais indicadas, com eficácia acima de 98%, seguidas pelas de TNT ou cirúrgicas (entre 80% e 90%) e, por fim, pelas de pano, com média de 40%. As máscaras de tricô, com tramas abertas ou com tecidos sintéticos como lycra e microfibra não são eficazes na proteção (por volta de 15%).
De acordo com estudo publicado na revista americana PNAS em janeiro de 2021, o uso em massa de máscaras como medida de controle da transmissão comunitária do vírus é comprovado cientificamente.
Mais recentemente, três estudos, dois avaliando o uso comunitário de máscaras (na população geral) e um dentro de um ambiente hospitalar, mostraram que as máscaras reduzem significativamente o número de casos em ambientes fechados em comparação aos locais onde as pessoas não utilizaram (49% de redução). Outro estudo encontrou uma redução de 40% dos casos em pessoas que usaram as máscaras por pelo menos um dia ao ter interações com outras pessoas.