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Político é assassinado no Equador e vence eleição um dia depois
Publicado em 08/02/2023 09:42
NOTÍCIA

Omar Menéndez, 41, foi morto a tiros no sábado (4) em circunstâncias ainda não esclarecidas.

QUITO | AFP

Um candidato assassinado na véspera da eleição foi o mais votado ao cargo de prefeito da cidade de Puerto López, no Equador. Omar Menéndez, morto a tiros no sábado (4), aos 41 anos, recebeu 6.630 votos, o equivalente a 46,2% dos eleitores do município, segundo resultados divulgados nesta terça (7).

Menéndez era candidato do Revolução Cidadã, partido de esquerda criado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). Líderes da legenda anunciaram que Verónica Lucas Marcillo foi a escolhida para assumir a prefeitura em seu lugar.

"Esta vitória é em homenagem ao nosso companheiro Omar Menéndez. Um imenso abraço à sua família", escreveu Correa nas redes sociais, manifestando solidariedade ainda aos familiares de um adolescente de 16 anos que também foi morto no atentado contra o candidato.

 

Segundo a imprensa equatoriana, Menéndez, dono de uma empresa que presta serviço de internet, foi morto poucas horas antes da votação em uma área comercial de Puerto López, na província de Manabí, no sudoeste do país. As circunstâncias e motivações do crime ainda não foram esclarecidas.

O caso fez crescer a preocupação com a segurança dos candidatos e políticos no país. Duas semanas antes, Julio César Farachi, que concorria à Prefeitura na cidade de Salinas, também foi assassinado a tiros, em circunstâncias igualmente não esclarecidas.

Os equatorianos foram às urnas no domingo (5) para eleger quase 5.700 autoridades locais, incluindo vereadores, prefeitos e integrantes do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, que nomeia procuradores. A maioria dos eleitores ainda rejeitou em referendo oito propostas sobre segurança pública feitas pelo atual presidente, Guillermo Lasso, incluindo a extradição de pessoas envolvidas com o crime organizado transnacional.

 

Lasso reconheceu as derrotas e pediu um "debate amplo e sério, sem dogmas ou ideologias, sobre como enfrentar a ameaça que o narcotráfico e suas ligações com setores da política representam atualmente".

As derrotas sofridas pelo presidente deram força à oposição liderada pelo ex-presidente Rafael Correa, que mantém grande influência apesar de morar há seis anos na Bélgica, onde recebeu asilo, e de ter sido condenado em 2020 a oito anos de prisão, acusado de recebimento de propinas para financiar campanhas eleitorais entre 2012 e 2016. Ele nega as acusações e acusa seus oponentes de perseguição política.

"As eleições em termos gerais demonstram uma rejeição dos eleitores ao governo de Lasso, que tem uma desaprovação de 80%", disse à agência de notícias AFP Sebastián Donoso, analista político da Universidade das Américas.

Até a noite desta terça, o Revolução Cidadã havia vencido sete das 23 prefeituras do país, entre elas, as três principais: Pichincha, Guayas e Azuay.

 

 
 
 
 
 
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