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Bolsonaro vai para confronto em debate; Lula usará tom de ironia
Política
Publicado em 15/10/2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotarão estratégicas diferentes para o debate promovido por UOL, Band, Folha e TV Cultura amanhã (16). Ambos esperam um debate pegado: Bolsonaro não fará mídia training e está pronto para trocação franca de golpes. Lula se prepara para atacar comparando gestões e temperar as respostas com ironia.

Este será o primeiro confronto direto entre os dois e terá mais de uma hora de embate livre. Ambos também adotaram estratégias diferentes de preparação. O presidente deverá visitar três estados do Nordeste só hoje, antes de ir para São Paulo. Lula já está na capital paulista e deverá passar o sábado em concentração, depois de quatro dias com seis caminhadas em cinco estados diferentes.

Pronto para bater e levar. A avaliação da equipe de Bolsonaro é que, neste estágio da campanha, não há espaço para nenhum dos candidatos ser paz e amor. O presidente espera que Lula use todas as oportunidades que tiver para tirá-lo do sério. Ele também estará pronto para fustigar o adversário sempre que tiver chance.

O principal objetivo é evitar que Lula mantenha a serenidade durante o programa e se venda para o telespectador como um estadista diante de um presidente estourado —imagem que Bolsonaro já tem consolidada. O principal instrumento a ser usado para fazer o adversário perder o controle será falar de corrupção.

O tema já foi martelado muitas vezes na corrida presidencial, mas a avaliação é de que o petista se incomoda quando tocam no assunto e reage de maneira intempestiva. Nos momentos em que a pauta do debate for esta, o presidente deve tratar Lula com adjetivos depreciativos como ladrão, bandido e ex-presidiário

Estratégia de Lula

Partir para a crítica da gestão. A orientação é que Lula comece na ofensiva, mas programática —pelo menos no início. Como tem feito em seus discursos, o ex-presidente deverá focar as perguntas e incursões na comparação entre os dois governos.

Em suas viagens pelo país, Lula tem repetido que Bolsonaro "não fez nada pela região" e levanta dados sobre obras e contribuições federais feitas em seu governo (2003-2010). Agora, o plano é fazer adendos como este diretamente para Bolsonaro. Lula deverá revisar e estudar números, em especial nas áreas de economia e infraestrutura.

Outro assunto que deverá ser abordado pelo ex-presidente é a área social. Lula deverá falar sobre o retorno do Brasil ao mapa da fome, o número de desempregados e o preço dos alimentos.

Sem cair na pilha. A campanha também espera que Bolsonaro parta para o ataque menos propositivo mais no começo para tentar desestabilizar o petista. De pavio não tão longo, uma preparação que a campanha tem feito é estimular que Lula não caia nas provocações e pareça irritado ou descompensado em frente às câmeras.

A equipe tem trabalhado as possíveis ofensas que Bolsonaro pode fazer, como "ex-presidiário" e "ladrão", e praticado com o petista, para que ele reaja calmamente e pareça natural e espontâneo, embora esteja treinado.

uol

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