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Bolsonaro cobra eleição limpa e fala em passar faixa e se recolher em caso de derrota
Política
Publicado em 13/09/2022
BRASÍLIA

presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (12) que se arrepende de afirmações ofensivas feitas em relação às mulheres e à pandemia da Covid-19.

Ele também falou em "passar a faixa" caso perca o pleito deste ano, apesar de, em outros momentos da entrevista, ter voltado a defender "eleições limpas" sem explicar qual indício existe de que isso não ocorrerá.

"Se essa for a vontade de Deus, eu continuo. Se não for, a gente passa aí a faixa e vou me recolher, porque, com a minha idade, não tenho mais nada a fazer aqui na terra se acabar essa minha passagem pela política aqui em 31 de dezembro do corrente ano". 

Sobre a pandemia, o mandatário disse que "aloprou" ao ter afirmado que não era "coveiro" após ser questionado sobre as mortes pelo coronavírus.

"Dei uma aloprada. Aloprei. Perdi a linha. Aí eu me arrependo", afirmou após pergunta em que também foi mencionada declaração dada em 2021 sobre compra de vacinas "na casa da tua mãe".

"A questão do coveiro eu retiraria. O jacaré foi uma figura de linguagem", disse.

As afirmações foram feitas em entrevista a seis podcasts que tem jovens evangélicos como maior parte do público, segundo os próprios apresentadores.

Bolsonaro também disse que retiraria a afirmação de que teve quatro filhos homens e que o nascimento da filha mulher foi uma "fraquejada".

"Pisei na bola. Pisei na bola. É igual... é comum nós homens falarmos, ‘vai nascer criança, vai ser consumidor ou fornecedor?’. Brincadeira entre homens. Não falo mais isso para ninguém. Para mim pega".

A afirmação é feita em um momento em que Bolsonaro tenta reduzir a rejeição entre mulheres, uma das fatias do eleitorado em que enfrenta maior rejeição.

A declaração sobre ser coveiro foi dada após ser questionado sobre 300 mortes decorrentes da Covid-19 que haviam sido registradas naquele dia. "Quem fala de... Eu não sou coveiro, tá?", respondeu.

Em relação às falas ofensivas como a do coveiro, ele disse que tem tentado mudar de postura. "Sou chefe da nação. Eu sei disso. Eu lamento. Não falaria de novo, não falaria de novo. Você pode ver que de um ano para cá meu comportamento mudou. A minha cadeira é um aprendizado", disse.

Bolsonaro disse que parou de dar entrevista à imprensa na porta do Palácio da Alvorada porque era provocado. "Eu parei de falar com a mídia, porque é o seguinte, os caras batiam na tecla o tempo todo, eu não percebia que queriam me tirar do sério", afirmou.

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