A TV Band, em parceria com o portal Uol, Folha de S.Paulo e TV Cultura, promoveu nesse domingo (28/8) o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República de 2022. O encontro reuniu seis postulantes ao Palácio do Planalto — Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) Luiz Felipe d’Avila (Novo) — e foi marcado por troca de farpas, especialmente entre Lula e Bolsonaro, e embates sobre corrupção.
O assunto mais falado durante as quase três horas de debate foi a corrupção. Já na primeira pergunta, Bolsonaro questionou Lula sobre os escândalos na Petrobras revelados pela Operação Lava Jato. “Quer voltar ao poder pra continuar fazendo a mesma coisa?”, indagou o atual mandatário. Ao que Lula respondeu listando as medidas anti-corrupção dos governos petistas.
“É importante deixar claro que fizemos o Portal da Transparência, a fiscalização da CGU, a Lei de Acesso à Informação, a Lei Anticorrupção, a Lei contra Crime Organizado, a lei contra a lavagem de dinheiro, colocamos a AGU no combate à corrupção, fizemos o Coaf funcionar. Tudo nós fizemos no nosso governo”, afirmou Lula.
Ciro Gomes também aproveitou para criticar Lula no tema. Questionado sobre a cooperação no campo político da esquerda, o pedetista afirmou que se distanciou de Lula porque o ex-presidente “deixou-se corromper”. Apesar de atacado, Lula também usou o assunto da corrupção para atacar o atual chefe do Executivo.
O petista pediu para a candidata e senadora Simone Tebet comentar sobre a corrupção na compra das vacinas de Covid-19. “Quero sim confirmar, eu vi: houve corrupção. Tentativa de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí”, afirmou a candidata. A senadora disse, ainda, que o contrato da Covaxin foi o “mais escabroso” e que o governo tentou pagar 45 milhões de dólares antecipadamente pelo produto. “Mas a corrupção não começou nesse governo. A corrupção é fruto de governos passados. E a corrupção mata”, cutucou Tebet.
Candidata do União Brasil, Soraya Thronicke insistiu em uma de suas principais propostas: o imposto único federal. “Nós vamos retirar, excluir, 11 tributos e transformá-los em um só. E isentar o IR de quem ganha até cinco salários mínimos. Como nós vamos fazer isso? Não é milagre. São trinta anos de estudo do economista Marcos Cintra”, afirmou.
O corte de gastos públicos foi a tônica do discurso de Felipe D’Avila. “É preciso cortar desperdício da máquina pública”, disse.
A continuação do pagamento do Auxílio Brasil também foi abordada. Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a medida já é discutida com a equipe econômica e que, caso seja reeleito, o benefício continuará a ser pago.
Após Bolsonaro criticar a atuação da bancada do PT no Congresso Nacional na aprovação do auxílio emergencial, o ex-presidente Lula respondeu que o presidente não vai continuar com o benefício.
“É importante lembrar que a manutenção dos R$ 600 não está na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] que foi mandada pelo Governo Federal, ou seja, existe uma mentira no ar”, revidou Lula.
“A segunda coisa que é inverdade é que já faz dois anos que o PT tem reivindicado R$ 600 no auxílio emergencial”, continuou Lula. Por fim, o petista afirmou que Bolsonaro nunca fala a verdade: “O candidato adora citar números absurdos que nem ele acredita”, finalizou.