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Datafolha: Lula segura empate com Bolsonaro entre evangélicos mais pobres
Política
Publicado em 25/08/2022

As campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazem apostas diferentes para cativar o eleitorado evangélico. A do atual presidente elegeu a pauta moral, enquanto a do petista prefere virar a chave para o tema econômico, na expectativa de que a dificuldade de garantir o pão nosso de cada dia, em meio à crise, leve esse fiel a rejeitar mais quatro anos de bolsonarismo no poder.

Números da mais recente pesquisa Datafolha mostram que as duas estratégias podem ganhar tração, a depender do grupo social. A arrancada de Bolsonaro nessa parcela religiosa se deve sobretudo aos fiéis de renda média e alta, enquanto, entre os mais pobres, Lula se mantém em empate técnico com o rival.

Novo recorte feito pelo Datafolha revela que o ex-presidente tem 41% das intenções de voto no primeiro turno entre os evangélicos que ganham até dois salários mínimos, contra 38% de Bolsonaro. Esse grupo representa 53% dos fiéis entrevistados.

 

Na outra fatia, entre os evangélicos que recebem mais de dois salários mínimos por mês, Bolsonaro dispara: tem 61% da predileção, e o petista, 22%.

A conta explica a prevalência do presidente nesse nicho como um todo: 49% dos evangélicos estão com ele, e 32% dizem optar por seu adversário à esquerda.

O levantamento indica também que a questão econômica divide espaço com a identidade religiosa na formação do voto de parte dos fiéis. Quanto menor a renda, mais sensível fica esse eleitor a fatores como a inflação.

 

A tendência de votar em Lula cresce. Não o bastante, contudo, para impedir que crença e temas morais roubem votos do petista entre os mais pobres, como sugere o resultado do Datafolha.

O desempenho do ex-presidente entre os evangélicos de baixa renda é bem inferior ao apoio de 60% que ele tem entre eleitores pobres de outras religiões ou sem religião.

Já a dianteira de Bolsonaro entre crentes com renda superior a dois salários sinaliza que o componente religioso encontra terreno mais fértil na porção do eleitorado que pode ter sentido algum alívio no cenário econômico.

De acordo com a pesquisa, os brasileiros de renda mais polpuda perceberam um impacto maior de medidas como a redução do preço dos combustíveis e alguma recuperação no mercado de trabalho. Eles também demonstram mais otimismo com a economia do que os mais pobres.

 Entre evangélicos de renda média e alta, 54% consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom, enquanto 20% tacham a gestão de ruim ou péssima. Na faixa de fiéis de baixa renda, a aprovação ao presidente é de 35%, e a desaprovação, de 34%

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