O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar nesta terça (7) os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do STF, e disse não ser mais do tempo em que decisão do Supremo se cumpre.
A declaração ocorreu em evento no Palácio do Planalto, minutos após a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidir, por 3 a 2, retomar a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR).
"Enquanto aqui a gente está num evento voltado pra fraternidade, amor, compaixão, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o STF, por 3 a 2, condena um deputado por espalhar fake news. Esse deputado não espalhou fake news, porque o que ele falou na live eu também falei para todo mundo: que estava havendo fraude nas eleições de 2018."
No discurso, Bolsonaro chamou Fachin de "marxista-leninista" e disse que quem ganha as eleições no Brasil é "quem é amigo dos ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)".
"Nessa questão [do deputado Francischini], julgada por 3 a 2, o Alexandre de Moraes falou que temos jurisprudência em cima do Francischini para cassar registro e prender candidatos que porventura duvidem do sistema eleitoral. A dúvida e o debate fazem parte da democracia. Onde não há debate, há ditadura", disse.
Ao citar que Moraes assumirá a presidência do TSE, ele disse: "O que podemos pensar? O que eles querem? Querem uma ruptura? Por que atacam a democracia o tempo todo?"
O presidente também voltou a dizer que pode descumprir decisões judiciais, em referência ao julgamento do marco temporal, no STF."O que eu faço se aprovar o marco temporal? Tenho duas opções: entrego a chave para o ministro do Supremo ou digo 'Não vou cumprir'. Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo. Não sou mais. Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil", disse o presidente.