Levantamento feito L no site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mostra que ao menos 16 de 21 homens mortos na chacina da Vila Cruzeiro não tinham mandado de prisão em aberto.
A Polícia Civil afirma que 23 pessoas morreram na operação, que ocorreu na terça-feira (24) —22 homens e uma mulher. No dia da ação e na quarta, no entanto, as unidades de saúde e a Polícia Militar haviam informado 26 mortos —que já chegaram sem vida ou foram atendidos e morreram. Nenhum dos mortos era do Bope (Batalhão de Operações Especiais) ou da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que participaram da ação.
De acordo com a PM, foram apreendidos 14 fuzis automáticos usados em guerras convencionais —todos seriam de fabricação estrangeira, com capacidade de disparar até 800 tiros em apenas um minuto. O alcance dessas armas de guerra chegaria a 1,5 km, com precisão no tiro de 500 metros.
"Isso explica, por exemplo, porque um desses disparos, efetuados do alto da Vila Cruzeiro, atingiu mortalmente a cabeleireira Gabrielle [Ferreira da Cunha, 41] na comunidade da Chatuba. Explica também por que disparos efetuados do mesmo complexo de comunidades atingiram na semana passada um helicóptero comercial, que voa a cerca de 300 metros de altura em relação ao solo", informou a corporação.
Foram apreendidas ainda quatro pistolas e 20 granadas.
Segundo informações preliminares, o valor das armas apreendidas chega a R$ 1,2 milhão. O valor das drogas recolhidas da comunidade é estimado em R$ 4 milhões.
Apesar da polícia relatar o alto poder ofensivo das armas apreendidas, apenas um policial ficou ferido.
Governador destaca desfalque
Nas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PL) destacou o desfalque de R$ 5,2 milhões e o alto poder letal do armamento apreendido na comunidade, que integra o Complexo da Penha. "A zona norte não é hotel de bandido. A Vila Cruzeiro merece viver em paz sem a liderança do crime, que usa moradores como escudo humano", diz.
O arsenal apreendido em poder dos bandidos é impressionante. Armas com grande capacidade de destruição, capazes de derrubar helicópteros e usadas em guerras como a da Ucrânia e Rússia."
Governador Cláudio Castro (PL)
De acordo com a PM, o CV é responsável por 80% dos confrontos armados no RJ.
Segundo a corporação, a operação na Vila Cruzeiro ocorreu para prender criminosos que sairiam da região com destino à Rocinha, na zona sul do Rio, para encontrar outro grupo. A ideia era prender lideranças do tráfico em flagrante, já que as forças de seguranças não tinham mandados de prisão para efetuar.
O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da PM, a Polícia Federal e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) participaram da operação.