Segundo nota da administração municipal, a festa "permanecerá com o mesmo layout das edições anteriores, mantendo-se a área de eventos na parte superior do Parque do Povo, enquanto a cidade cenográfica permanecerá no piso inferior".
Sobre os protocolos da covid-19, a prefeitura informou que "vai ouvir a Defesa Civil, o Ministério Público e o Corpo de Bombeiros para fazer uma montagem conforme as exigências dos órgãos de saúde, para evitar uma possível alta nos casos de covid-19".

No São João de 2019, segundo a prefeitura, 1,8 milhão de pessoas passaram pelo Parque do Povo. No total, a cidade recebeu 3 milhões de visitas aos equipamentos turísticos. O evento movimentou R$ 300 milhões.
Em Caruaru, a festa contará com 24 polos. A expectativa é que sejam movimentados cerca de R$ 250 milhões no mês.
Na programação do Pátio de Eventos, nomes como Elba Ramalho, Cláudia Leitte, Alok e Alceu Valença estão confirmados.
Na última festa, em 2019, 3,2 milhões de pessoas passaram por Caruaru, e com uma movimentação financeira de R$ 200 milhões.
Questionada sobre a precaução sanitária por conta da pandemia, a prefeitura informou à coluna que ainda está realizando as reuniões estratégicas do São João.
Ainda é cedo, diz especialista
Para a infectologista e professora da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Vera Magalhães, no entanto, ainda é cedo para se programar eventos de grande porte.
"Estamos em queda, mas por quanto tempo? Devemos esperar pelo menos mais duas semanas para confirmar a tendência. Anunciar agora uma festa em junho é prematuro. Ninguém tem bola de cristal, não sabemos como será o comportamento da [subvariante] BA.2 aqui no Brasil", diz.
Segundo ela, vários países da Europa e Ásia têm vivido momentos difíceis por conta do avanço da covid-19 e não há como saber se o Brasil será isento de um repique da doença.
Não podemos traçar muitos planos para o futuro, a pandemia mostrou que temos de ir avaliando semanalmente, mensalmente para ver como as coisas vão se comportar. Na Inglaterra, por exemplo, com a BA.2, as pessoas estão se infectando e está havendo alta de hospitalizações.
Magalhães afirma ainda que, mesmo sendo evento em lugar aberto, as festas de São João aglomeram milhares de pessoas e não há como eliminar todos os riscos de infecção --ainda que se exija teste ou vacinação.
"Claro que não é como uma aglomeração em lugar fechado, mas não quer dizer que seja segura: ar livre minimiza o risco, mas desde que as pessoas estejam de máscara", afirma.
Um ponto que ela sugere é que, mesmo totalmente vacinadas, pessoas com maior risco de agravamento da covid-19, como os idosos, evitem aglomerações desse porte.
"As pessoas mais vulneráveis, ou mesmo aqueles que convivem com elas, não deveriam comparecer a essas festas. Não se pode garantir a não-transmissão em local desses", finaliza.