O primeiro-ministro alemão Friedrich Merz afirmou nesta sexta-feira (7) que a proteção climática é uma responsabilidade compartilhada. A declaração é feita no dia em que é esperado dele, que está em Belém, um anúncio de investimento no fundo para florestas criado pelo Brasil.
"Em Belém, para enviar uma mensagem clara: a proteção climática não é uma tarefa nacional, mas uma responsabilidade compartilhada. Quando trabalhamos juntos, podemos combinar prosperidade e ação climática. A Alemanha mantém seus objetivos climáticos nacionais e europeus", afirmou em rede social.
A Alemanha deve se tornar o quinto país a anunciar investimentos para capitalizar o fundo, ao lado de Brasil, Indonésia, Noruega e França. Representantes do governo brasileiro disseram na véspera que se espera uma quantia não menor do que a injetada pelo Basil (US$ 1 bilhão). Além disso, Portugal e Holanda prometeram recursos que devem custear as operações. (Fábio Pupo)
Os jovens que participaram da mesa-redonda com o príncipe William na tarde da quinta-feira (6) só descobriram a presença dele momentos antes do encontro. Eles foram chamados pela ONG British Council para discutir os principais resultados do estudo Next Generation Brasil, da organização, que reúne um panorama das aspirações, desafios e formas de engajamento da juventude brasileira.
Ao chegarem no Museu Emílio Goeldi, em Belém (PA), porém, entenderam iriam conversar com o herdeiro do trono britânico e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. "O papo era responder o que eles tinham para nos questionar sobre nossa realidade no Brasil, na amazônia, quais são nossos principais desafios e principais interesses no sentido de sanar problemas", diz Pedro Mota, 27, coordenador de pesquisa do Instituto Cojovem.
O jovem que desenvolveu com o instituto um estudo inédito sobre juventudes na amazônia, apresentou alguns dados para o príncipe. "Ele ouviu isso e disse que se comprometia com a juventude nesse cenário das negociações que ele se faz presente", afirma Mota.
O grupo de jovens foi proibido de tirar fotos com o príncipe e a cobertura do evento foi feita apenas pela equipe do Palácio de Kingston. Diferente da agenda no Rio de Janeiro, na capital paraense, o filho do Rei Charles III tem preferido encontros fechados. (Geovana Oliveira)
Alemanha vai anunciar aporte no TFFF, afirma ministro do Meio Ambiente
A promessa foi feita por Karsten Schneider, social-democrata que integra o gabinete de Friedrich Merz. O anúncio deve ser feito pelo primeiro-ministro em discurso no segundo dia da Cúpula de Líderes, nesta sexta-feira (7). Merz, que embarcou na véspera, deve ficar menos de 24 horas na capital paraense.
Schneider não precisou valores, mas a imprensa alemã estima que seja algo em torno de US$ 1 bilhão, aporte semelhante ao do Brasil, idealizador do mecanismo. Membros do governo brasileiro aguardavam investimento ainda maior.
Lançado oficialmente por Lula na quinta, o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre alcançou US$ 5,6 bilhões no primeiro dia, resultado celebrado pelo governo, mas ainda distante da meta inicial de US$ 25 bilhões. Na Europa, como em Belém, o instrumento é tratado com otimismo, mas não imune a críticas.
No caso alemão, o aporte reflete disputa interna da coalizão de governo montada por Merz. Schneider, do SPD, é um defensor do investimento, a despeito da opinião contrária de membros do gabinete capitaneado pelo político conservador da CDU.
Merz, no entanto, quer acrescentar a seu currículo internacional, uma das poucas frentes em que seu governo não demonstra debilidades, a liderança ambiental que seu país normalmente ostenta em um momento em que a Europa se mostra dividida no tema. (José Henrique Mariante, de Berlim)