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COP30: Autoridades discursam em abertura da Cúpula de Líderes
Conferência da ONU começa segunda (10) em Belém e deve reunir representantes de 191 países para discutir medidas contra crise climática
Por CIDADE FM 91,1 Mhz - GRAJAÚ MA
Publicado em 07/11/2025 17:41
NOTÍCIA

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, começa na segunda-feira (10) em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, cientistas e ativistas para discutir os próximos passos da agenda climática global.

É a primeira vez que o Brasil sedia uma cúpula do clima da ONU desde a ECO-92, no Rio de Janeiro, e o encontro ocorre em um momento de forte pressão por compromissos mais ambiciosos.

Nesta sexta-feira (6), a capital paraense recebe o segundo dia da Cúpula de Líderes, em que o presidente Lula se reúne com chefes de Estado e de governo de dezenas de países.

No primeiro dia, os principais anúncios foram os aportes de Noruega e França ao TFFF, o Fundo de Florestas criado pelo Brasil para remunerar países que mantiverem suas florestas de pé.

Folha acompanha em tempo real os bastidores, discursos e decisões da conferência, com repórteres enviados a Belém. Acompanhe a seguir:

 

  • 12h487.nov
     

    Presidente Lula se reúne com o Primeiro-Ministro da Alemanha, Friedrich Merz, em Belém

    Após o governo alemão prometer aportar uma "quantia substancial" no Fundo de Florestas lançado pelo Brasil, o presidente Lula se reúne com o Primeiro-Ministro da Alemanha, Friedrich Merz, durante a COP30. O tema do encontro bilateral não foi informado. A ministra do Meio Ambiente brasileira, Marina Silva, também participa. (Jéssica Maes)

      Danilo Verpa-7.nov.25/Folhapress  
    O presidente Lula posa para foto ao lado Primeiro-Ministro da Alemanha Friedrich Merz após reunião bilateral na Cúpula da COP30 em Belém
    O presidente Lula posa para foto ao lado Primeiro-Ministro da Alemanha Friedrich Merz após reunião bilateral na Cúpula da COP30 em Belém

    Pedro Sánchez, premiê da Espanha, relembrou os impactos de tempestades e incêndios e afirmou que 20 mil pessoas morreram nos últimos cinco anos devido à crise climática em seu país.

    "A mudança climática nos faz sofrer e está matando nossos cidadãos. Isso não é ideologia, é ciência", afirmou no segundo dia da cúpula de líderes da COP30, em Belém.

    Sanchéz pediu que o combate à mudança climática seja feito com esperança em vez de medo. "Nossa postura não deve ser defensiva, e sim ofensiva."

    "A Espanha vai fazer o que puder para a Europa continuar aumentando sua ambição", disse ao se referir sobre a nova meta climática do bloco europeu, que prevê o corte de 90% das emissões de gases-estufa até 2040.

    O premiê também citou a projeção de que o aquecimento da Terra vai superar 1,5°C em relação à era pré-industrial. "Precisamos agir rápido, o tempo está acabando e devemos trabalhar juntos em vez de separados."

    "Vocês podem contar com a Espanha, e falamos isso com convicção moral, porque acreditamos na transição verde como um motor de crescimento", disse. (Gabriel Gama)

      Danilo Verpa7.nov.25/Folhapress  
    Coletiva de imprensa com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, na Cúpula da COP30 em Belém
    Coletiva de imprensa com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, na Cúpula da COP30 em Belém

    A Alemanha declarou nesta sexta-feira (7) apoio ao fundo de florestas criado pelo Brasil e prometeu que irá aportar recursos no instrumento, mas não anunciou até agora nenhum valor concreto.

    "É particularmente importante para mim dizer hoje, a partir deste púlpito, que a Alemanha apoia a Tropical Forest Forever Facility e iremos contribuir com um montante substancial para esta iniciativa", discursou nesta sexta-feira (7) o primeiro-ministro, Friedrich Merz.

    Ele ainda fará uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e há a expectativa no governo brasileiro que o valor seja anunciado ainda nesta sexta.

    A reunião está marcada para a hora do almoço em Belém (PA), durante a Cúpula do Clima de Belém -que antecede a COP30 (conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas). (João Gabriel e Fábio Pupo)

    Lula diz que Brasil criará fundo de transição energética com recursos dos combustíveis fósseis

     

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (7) que o Brasil criará um fundo com recursos provenientes da extração de combustíveis fósseis, como o petróleo, para financiar a transição energética do país.

    O anúncio foi feito na Cúpula do Clima, em Belém, evento que antecede o início oficial da COP30. Ele não chegou a citar diretamente o interesse da Petrobras em extrair petróleo na Foz do Amazonas.

    Em discurso com autoridades de outros países, ele criticou o financiamento de bancos à indústria de combustíveis fósseis e lamentou a baixa redução na participação desses combustíveis na matriz energética do país. (Pedro Lovisi)

    Cuidado com a Criação é uma expressão de solidariedade, diz cardeal que representa Vaticano na COP30

     

    O cardeal Pietro Parolin, que representa o papa Leão 14 na COP30, discursou na cúpula de líderes em Belém e afirmou que os países precisam aumentar a ambição de suas ações climáticas.

    "Os Estados precisam cada vez mais compartilhar responsabilidades em promover o ambiente natural e social. Tragicamente, aqueles em situação mais vulneráveis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores da mudança climática, do desmatamento e da poluição. O cuidado com a Criação, assim, se torna uma expressão de humanidade e solidariedade", disse.

    Parolin relembrou a encíclica Laudato Si, conclamada pelo papa Francisco em 2015, ano da assinatura do Acordo de Paris. O cardeal também convidou o mundo a refletir sobre a falta de ação para implementar os compromissos climáticos. (Gabriel Gama)

    Lula e chefes de Estados fazem foto de família da COP30

     

    O presidente Lula (PT) e os demais chefes de Estado e de governo que participam da Cúpula do Clima em Belém se alinharam em frente às câmeras para fazer a chamada "foto de família" do evento.

    As fotografias foram tiradas na parte externa do espaço onde acontece o evento, no Parque da Cidade. Ao lado de Lula, no centro do quadro, ficaram António Guterres, secretário-geral da ONU (à direita do mandatário brasileiro), e Helder Barbalho (MDB), governador do Pará (à esquerda).

    Na fileira de trás, também ficaram ao centro a ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente no comando do NDB (o banco dos Brics) e o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

    Um momento curioso ocorreu quando Lula ensaiou que os participantes dessem as mãos de forma cruzada (com a mão direita apertando a mão de quem estivesse na esquerda e vice-versa). Mas a iniciativa não teve engajamento suficiente entre os líderes e foi abandonada pelo presidente instantes depois. (Fábio Pupo)

     

    • Em editorial, Le Monde pede para Lula superar as próprias contradições

      Em editorial publicado nesta sexta-feira (7), o jornal francês afirma que o Brasil tem "papel essencial a desempenhar" como anfitrião da COP30. "O país pode contar com uma diplomacia ambiental experiente e um forte apego ao multilateralismo, capaz de fazer a ponte entre o Sul e o Norte."

      Ao mesmo tempo, o diário não deixa de notar o tom contraditório do presidente Lula no discurso da abertura da Cúpula de Líderes em Belém, feito na véspera. O Brasil, escreve o jornal, "deve provar que é capaz de superar suas próprias contradições entre seu compromisso com o clima e suas crescentes ambições na extração de petróleo".

      Na Europa, a exploração de petróleo na foz do Amazonas é observação frequente em reportagens e comentários relacionados ao Brasil e a conferência do clima.

      O presidente brasileiro pediu "uma maneira justa de reverter o desmatamento, acabar com as energias fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos", lembra o editorial. "Essa promessa só precisa ser cumprida." (José Henrique Mariante, de Berlim)

    • 9h577.nov
       

      Prestes a anunciar recursos para florestas, líder alemão defende esforço conjunto pelo clima

      O primeiro-ministro alemão Friedrich Merz afirmou nesta sexta-feira (7) que a proteção climática é uma responsabilidade compartilhada. A declaração é feita no dia em que é esperado dele, que está em Belém, um anúncio de investimento no fundo para florestas criado pelo Brasil.

      "Em Belém, para enviar uma mensagem clara: a proteção climática não é uma tarefa nacional, mas uma responsabilidade compartilhada. Quando trabalhamos juntos, podemos combinar prosperidade e ação climática. A Alemanha mantém seus objetivos climáticos nacionais e europeus", afirmou em rede social.

      A Alemanha deve se tornar o quinto país a anunciar investimentos para capitalizar o fundo, ao lado de Brasil, Indonésia, Noruega e França. Representantes do governo brasileiro disseram na véspera que se espera uma quantia não menor do que a injetada pelo Basil (US$ 1 bilhão). Além disso, Portugal e Holanda prometeram recursos que devem custear as operações. (Fábio Pupo)

      Em Belém, príncipe William surpreende jovens, ouve demandas e promete apoio

       

      Os jovens que participaram da mesa-redonda com o príncipe William na tarde da quinta-feira (6) só descobriram a presença dele momentos antes do encontro. Eles foram chamados pela ONG British Council para discutir os principais resultados do estudo Next Generation Brasil, da organização, que reúne um panorama das aspirações, desafios e formas de engajamento da juventude brasileira.

      Ao chegarem no Museu Emílio Goeldi, em Belém (PA), porém, entenderam iriam conversar com o herdeiro do trono britânico e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. "O papo era responder o que eles tinham para nos questionar sobre nossa realidade no Brasil, na amazônia, quais são nossos principais desafios e principais interesses no sentido de sanar problemas", diz Pedro Mota, 27, coordenador de pesquisa do Instituto Cojovem.

      O jovem que desenvolveu com o instituto um estudo inédito sobre juventudes na amazônia, apresentou alguns dados para o príncipe. "Ele ouviu isso e disse que se comprometia com a juventude nesse cenário das negociações que ele se faz presente", afirma Mota.

      O grupo de jovens foi proibido de tirar fotos com o príncipe e a cobertura do evento foi feita apenas pela equipe do Palácio de Kingston. Diferente da agenda no Rio de Janeiro, na capital paraense, o filho do Rei Charles III tem preferido encontros fechados. (Geovana Oliveira)

      Alemanha vai anunciar aporte no TFFF, afirma ministro do Meio Ambiente

       

      A promessa foi feita por Karsten Schneider, social-democrata que integra o gabinete de Friedrich Merz. O anúncio deve ser feito pelo primeiro-ministro em discurso no segundo dia da Cúpula de Líderes, nesta sexta-feira (7). Merz, que embarcou na véspera, deve ficar menos de 24 horas na capital paraense.

      Schneider não precisou valores, mas a imprensa alemã estima que seja algo em torno de US$ 1 bilhão, aporte semelhante ao do Brasil, idealizador do mecanismo. Membros do governo brasileiro aguardavam investimento ainda maior.

      Lançado oficialmente por Lula na quinta, o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre alcançou US$ 5,6 bilhões no primeiro dia, resultado celebrado pelo governo, mas ainda distante da meta inicial de US$ 25 bilhões. Na Europa, como em Belém, o instrumento é tratado com otimismo, mas não imune a críticas.

      No caso alemão, o aporte reflete disputa interna da coalizão de governo montada por Merz. Schneider, do SPD, é um defensor do investimento, a despeito da opinião contrária de membros do gabinete capitaneado pelo político conservador da CDU.

      Merz, no entanto, quer acrescentar a seu currículo internacional, uma das poucas frentes em que seu governo não demonstra debilidades, a liderança ambiental que seu país normalmente ostenta em um momento em que a Europa se mostra dividida no tema. (José Henrique Mariante, de Berlim)

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