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Bolsonaro decide demitir presidente da Petrobras
28/03/2022 19:37 em NOTÍCIA

General entrou na mira do Palácio do Planalto após mega-aumento no preço dos combustíveis.

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, recebeu nesta segunda-feira (28) a comunicação de que deixará o comando da estatal.

A informação foi confirmada à Folha por aliados do militar e auxiliares do Palácio do Planalto e do Ministério de Minas e Energia.

O general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras - Adriano Machado - 14.set.2021/Reuters

​A demissão do militar ocorre após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa.

 

Em seu lugar, o mais cotado no momento para assumir é Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. O nome dele, porém, enfrenta resistência em alas do governo, especialmente os militares de alta patente ligados ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que trabalham para segurar Silva e Luna no cargo.

As mudanças no comando da Petrobras, no entanto, só devem ocorrer dentro de duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas, quando o governo trocará seus representantes do conselho de administração, grupo responsável por definir o plano estratégico da companhia.

 

A assembleia está prevista para o próximo dia 13 e Silva e Luna precisa ser excluído do conselho pela assembleia para abrir caminho para a aprovação de Pires como novo presidente.

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, outro nome forte para comandar a estatal, também deverá ocupar uma cadeira no conselho junto com Adriano Pires. Após a posse dos novos conselheiros, Pires deverá ser conduzido à diretoria-executiva, assumindo o comando da empresa.

Acionistas poderão questionar a decisão de Bolsonaro, mas o governo tem maioria na assembleia de forma que, dificilmente, os nomes indicados pelo governo não serão aprovados. Esta condição é que levou, na gestão anterior, os conselheiros independentes e aqueles indicados pelos acionistas minoritários a renunciarem do cargo por discordar da política do novo comando da companhia.

Caso a indicação se Pires se confirme, será um derrota do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que, nos bastidores, vinha defendendo a manutenção de Silva e Luna.

Bento vem travando disputas tanto com o ministro da Economia, Paulo Guedes—com que discute pela criação de subsídios como forma de conter o preço dos combustíveis—, quanto com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-RN), que pretende agradar os partidos do centrão indicando nomes para agências reguladoras e estatais vinculadas à pasta de Bento.

As ações da estatal, que já vinham em queda nesta segunda diante do recuo de 10% do preço do petróleo, foram afetadas pela notícia de troca de comando.

Às 17h11, antes do fechamento pós-mercado, a Petrobras perdia de 2,63% nas suas ações mais negociadas e, com isso, era a principal responsável pela baixa do Ibovespa após oito pregões no azul.

 

Luna vinha sofrendo pressão para revisar a alta nos preços após variações na cotação do barril do petróleo. O general foi pressionado publicamente pelo próprio Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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