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Janela partidária será marcada por disputas estaduais
03/03/2022 10:11 em Política

BRASIL - A chamada "janela partidária", período no qual deputados federais, estaduais e distritais ficam autorizados a trocar de partido sem correr o risco de perder o mandato, começa nesta quinta-feira, 3, em meio a disputas na Câmara dos Deputados envolvendo palanques nos estados e a cisão na base governista. No caso do Maranhão, deputados que eram governistas direcionam a troca partidária para formação de blocos na Assembleia Legislativa.

A troca de partidos no Maranhão está vinculada com a disputa pelo Palácio dos Leões. Bem mais dividida atualmente, a Assembleia Legislativa aponta para blocos governista e de oposição. Assim, o PDT é um das legendas que mais deverá receber novos filiados. De lá, deverá sair o líder do governo, Rafael Leitoa que vem articulando via Palácio dos Leões sua filiação no PT.

Pelo lado governista, os aliados do vice-governador Carlos Brandão (que vai trocar PSDB por PSB) aguardam as costuras que o ainda tucano tenta fazer em Brasília para definir os rumos partidários. Estão nesta lista o deputado Rubens Júnior e até o secretário de Educação, Felipe Camarão.

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Na semana passada, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), reclamou publicamente do papel do presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado, durante as negociações visando a janela partidária.

Pereira disse que Bolsonaro "só atrapalhou" as articulações do Republicanos por novos filiados.

O presidente da República tem levado seus aliados para o PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto e ao qual Bolsonaro se filiou no final do ano passado.

Essa tensão política tem explicação: além de poder para influenciar decisões no Congresso, o tamanho da bancada de deputados federais define a participação dos partidos no fundo partidário, ou seja, a eles vai receber. Neste ano, o fundo terá R$ 4,9 bilhões, que serão divididos entre os partidos.

Apesar de, oficialmente, ter início nesta quinta, a janela partidária vem movimentando a Câmara dos Deputados desde o início do ano.

Aliados do presidente Bolsonaro que se elegeram pelo PSL – partido que, após fusão com o DEM, virou o União Brasil – devem migrar para uma nova legenda.

A expectativa é que cerca de 20 deputados devem mudar para partidos como o PP e o PTB, além do PL.

Há também divergências internas no PSDB. O partido rachou no ano passado durante as prévias que definiram o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato à presidência da República.

Interlocutores da legenda avaliam que as baixas no PSDB durante a janela partidária podem passar de dez deputados, insatisfeitos com o rumo do partido na disputa ao Planalto ou movidos por questões regionais.

Um deles é o deputado Danilo Forte (CE). Ao g1, o deputado afirmou que deve se filiar ao União Brasil, classificado por ele como um partido “plural”.

Forte ressalta que, no Ceará, os tucanos se alinharam ao pré-candidato Ciro Gomes (PDT), de quem é adversário político.

“Política se faz no estado. É a sobrevivência de cada um”, afirmou.

Já o deputado Lucas Redecker, presidente do PSDB no Rio Grande do Sul, diz que aguarda uma posição do governador gaúcho, Eduardo Leite, que pode deixar o partido e migrar para o PSD.

Leite perdeu para Doria a disputa pela indicação do partido para concorrer à presidência.

“Tudo vai ser reflexo da escolha do caminho do Eduardo Leite. Uma coisa é o governador sair do partido, outra é ficar. Vai depender do rumo dele. O nosso tempo é o tempo da decisão dele, e o limite é o final do mês”, disse.

O lançamento de pré-candidaturas à Presidência da República é outro fator que altera a composição dos partidos. É o caso do Podemos, que lançou o ex-juiz Sergio Moro.

Os deputados Diego Garcia (PR) e José Medeiros (MT), aliados do presidente Bolsonaro, devem deixar o partido devido à chegada de Moro.

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Moro é hoje crítico do presidente e disputa uma fatia do eleitorado conservador com o presidente da República.

IMIRANTE COM INFORMAÇÕES DE G103/03/2022 às 07h30

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