Wane Brenda Gonçalves de Oliveira, acusada de matar dois homens com quem manteve relacionamentos e usar chumbinho, foi condenada a 21 anos de prisão pela morte de um dos ex-companheiros.

A decisão foi divulgada hoje pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo os autos, a vítima, Edvaldo Araújo Alves, começou a passar mal, com uma forte dor de cabeça, na noite do dia 16 de abril de 2017. A ré chamou um táxi e levou o rapaz ao hospital, acompanhada por dois parentes, mas, ao chegar ao local, ele não resistiu e morreu.

No laudo, a causa da morte foi definida como infarto agudo do miocárdio, cardiopatia isquêmica e hipertensão arterial sistêmica, mas os familiares de Edvaldo suspeitaram da morte do homem, acusando Wane de envolvimento com o episódio e pedindo uma nova perícia no corpo. Após exumação, foi constatado a presença de Terbufós, composto químico presente em chumbinho, nas vísceras da vítima.

Na sentença, o juiz Renato Alves Cavichiolo ponderou que a acusada "agiu consciente e deliberadamente na prática do fato criminoso" e que Edvaldo não fez nada que pudesse justificar um ato sob forte emoção da mulher e que ele não pôde se defender do envenenamento, o que levou à condenação de Wane por homicídio triplamente qualificado.

Processo por morte de outro namorado ainda não foi julgado

Wane ainda enfrenta uma acusação pela morte de outro namorado, Evandro Bonfim de Souza, com quem começou um relacionamento meses depois da morte de Edvaldo.

O novo namorado se sentiu mal depois de ingerir um medicamento dado pela parceira e também foi levado por ela a uma unidade de saúde, em novembro de 2017. O médico que o atendeu informou que os sintomas apresentados se assemelhavam aos mesmos de envenenamento por chumbinho.

Nove dias após dar entrada no hospital, período em que teve Wane como acompanhante, Souza teve uma parada cardíaca. Ao ser submetido a uma lavagem estomacal, foram encontrados vestígios de uma substância semelhante ao veneno. Seu estado de saúde piorou e, no dia 3 de dezembro, o homem teve morte cerebral.

Foi então que a Polícia Civil da Bahia instaurou inquérito para apurar as circunstâncias das duas mortes. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itabuna colheu amostras do corpo de Souza e a Delegacia de Homicídios conseguiu autorização da Justiça para exumar o corpo de Alves.

Os materiais foram analisados pelo DPT em Salvador e revelaram que as duas vítimas foram assassinadas com a utilização do mesmo veneno.

FONTE: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/08/31/mulher-e-condenada-a-21-anos-de-prisao-por-matar-parceiro-com-chumbinho.htm