"A necessidade faz o sapo pular". A frase foi lembrada por um integrante do grupo que articula o lançamento do apresentador Luciano Huck como candidato à Presidência da República.
Com o ditado, o aliado de Huck quis dizer que a polarização bolso-petista criada pela entrada do ex-presidente Lula no cenário de 2022 abriu uma larga avenida para a evolução de um candidato do "centro expandido" —e que é chegada a hora, portanto, de "começar a conversar".
Para conselheiros de Huck, o apresentador é quem hoje reúne as melhores condições para liderar esse "centro expandido", composto por um arco de nomes que incluiria de liberais reformistas a representantes da centro-esquerda.
Ocorre que, se antes esses aliados enxergavam no ex-juiz Sergio Moro o principal concorrente de Huck para ocupar o vértice desse arco, hoje as preocupações têm outro nome: o do ex-governador Ciro Gomes, do PDT.
"Se o Ciro fizer movimentos em direção à centro-esquerda, poderá se viabilizar como terceira via", afirma um dos principais conselheiros de Huck.
Pesquisa Exame/Ideia divulgada hoje mostra que 38% dos brasileiros não votariam nem em Lula e nem em Bolsonaro. Feita pelo grupo Exame em parceria com o instituto Ideia, ela ouviu 1 000 pessoas entre ontem e anteontem (10 e 11 de março).
Para o CEO do Ideia, Maurício Moura, a sondagem confirma a existência de "uma alta demanda na opinião pública por um nome que rompa o ciclo petismo-bolsonarismo".
A pesquisa mostra ainda que, se a eleição fosse hoje, Lula ficaria em segundo lugar, com 18% dos votos, seguido por Moro, com 11%. Ciro Gomes aparece na quarta posição (9%), à frente do governador de São Paulo, João Doria (7%), e de Luciano Huck (6%).
O presidente Jair Bolsonaro, porém, segue como favorito, e no segundo turno derrotaria todos os candidatos.
É hora de os sapos começarem a pular.
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