“A desinformação tem levado muitos indígenas a se negarem a tomar a vacina contra a Covid-19. Muitos acreditam que a vacina pode matá-los. Outros afirmam que só tomarão a vacina quando o cacique de sua aldeia tomar a primeira e segunda doses e sobreviver sem sequelas. Por conta desses mitos, o município de Amarante está tendo dificuldade para cumprir suas metas de vacinação, já que a grande maioria de sua população é indígena”, explica o secretário de Saúde em Amarante.
O Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão (DSEI-MA), vinculado à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), divulgou no último dia 16 de fevereiro, os dados referentes à vacinação de indígenas contra à Covid-19 no estado, que conta com um total de 9.036 doses de vacinas aplicadas.
O Boletim de Vacinação apresenta os números referentes à aplicação da primeira dose da vacina e está organizado por polos-base (Amarante, Bom Jesus das Selvas, Krikati, Barra do Corda, Zé Doca, Arame, Grajaú e Santa Inês), Casa de Saúde Indígena (CASAI), nas localidades São Luís, Imperatriz e Teresina, e ainda dados do município de Viana, que se referem aos números da vacinação junto ao povo Akroá Gamela.
Segundo informações do DSEI-MA o grande número de recusas, especialmente nos polos de Barra do Corda (2.318), Amarante (1.008), Arame (866), Grajaú (718) e Santa Inês (356). Os polos com menor número de recusas foram Krikati (67), Bom Jesus das Selvas (25) e Zé Doca (07). Nas diferentes localidades da Casa de Saúde Indígena e em Viana não houve recusa.
No entanto, mesmo onde esses números são menores, o quadro geral é preocupante, tendo em vista a vulnerabilidade dos povos indígenas frente à Covid-19, com alto grau de contágio e um número significativo de óbitos. Reforçamos a importância da campanha “Vacina Parente” articulada pelo movimento indígena como símbolo de resistência e luta dos povos originários e contra o negacionismo nos territórios indígenas.
A desinformação tem levado muitos indígenas a se negarem a tomar a vacina contra a Covid-19. Muitos acreditam que a vacina pode matá-los. Outros afirmam que só tomarão a vacina quando o cacique de sua aldeia tomar a primeira e segunda doses e sobreviver sem sequelas