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Eduardo Bolsonaro defende leite condensado a militares: 'muita atividade física'
27/01/2021 14:10 em NOTÍCIA

Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado federal e filho de Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu hoje os gastos do governo federal com alimentos, mas citou somente o leite condensado, que virou tema de memes desde ontem. Segundo ele, o produto "foi escolhido por ter virado de certa maneira uma marca do Presidente, presente até em seu café da manhã com John Bolton em sua residência no Rio durante a transição em 2018".

O deputado afirmou também que a maior parte da compra de leite condensado foi endereçada ao Ministério da Defesa, e que o produto é "indicado a quem faz muitas atividades físicas e serve de base para a elaboração de vários outros alimentos comuns a mesa dos brasileiros como bolos".

Os gastos alimentícios do governo federal somaram mais de R$ 1,8 bilhão em 2020, conforme mostrou o jornal Metrópoles. Além dos R$ 15 milhões gastos com leite condensado, R$ 2,2 milhões pagos em chicletes e R$ 32,7 milhões em pizza e refrigerante. O total gasto em alimentos em 2020 é 20% maior que em 2019.

Eduardo alegou também que nem todo dinheiro investido em leite condensado foi para o presidente. De acordo com o deputado, dos R$ 15,6 milhões, ao todo R$ 14,2 milhões (91%) foram para o Ministério da Defesa. O restante, R$ 1,4 milhão, teria sido investido em leite condensado para outros setores do governo, de acordo com Eduardo.

Eduardo não explicou outros gastos do governo federal que geraram críticas da oposição. Parlamentares formalizaram uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União) pedindo a abertura de investigação sobre as compras do Executivo. Um documento protocolado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) argumenta que o aumento das despesas fere o princípio da moralidade administrativa.

"Em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados", diz um trecho da representação.

Representantes do PSOL, o deputado David Miranda (RJ) e as deputadas Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim e Vivi Reis (PA) protocolaram uma ação para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra investigação sobre os gastos de R$ 1,8 bilhão.

 
 

Em relação aos R$ 14,2 milhões do Ministério da Defesa, Eduardo afirmou que as Forças Armadas têm um efetivo de 334 mil pessoas, que consumiriam mais de 6.500 latas de leite condensado por dia. Segundo o deputado, é "algo bem razoável" para a tropa.

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