Dados são referentes a homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Mesmo em meio à pandemia de Covid-19, o Maranhão teve uma alta de 21,08% de mortes violentas no primeiro semestre de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do índice nacional de homicídios do Monitor da Violência, ferramenta criada pelo G1, baseada em dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA).
A média no estado é maior que a nacional, que ficou em 6%. Além do Maranhão, apenas três estados tiveram uma alta na violência acima dos 15%: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba e Ceará (que teve aumento de 102,3% nas mortes do primeiro semestre).
Ao todo, nos primeiros seis meses deste ano, o Maranhão registrou 873 mortes violentas entre homicídios dolosos (incluindo feminicídios) latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Já no mesmo período de 2019, foram 721 ocorrências.
O aumento na violência no primeiro semestre chama a atenção, já que o Maranhão viveu momentos de isolamento e distanciamento social durante a pandemia da Covid-19, como a suspensão por semanas das atividades comerciais no estado e a adoção obrigatória de máscaras em locais públicos.
O G1 entrou em contato e aguarda retorno do governo do Maranhão, na gestão Flávio Dino, sobre o aumento na violência em 2020.

Como o levantamento é feito
A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro, em março do ano passado. Os dados, no entanto, não estão atualizados como os da ferramenta do G1.
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço de 2019 foi realizado dentro do Monitor da Violência, separadamente, e foi publicado em 16 de abril. O de 2020 ainda será feito.