O discurso foi bem diferente do adotado na véspera, quando, em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse que governadores "fogem de sua responsabilidade e atacam governo federal" e que "brevemente, o povo saberá que foram enganados por esses governadores e por grande parte da mídia nesta questão do coronavírus". Também afirmou que estava fazendo contato direto com prefeitos para tratar da pandemia, porque alguns governadores vivem em uma "fantasia" e estariam criando uma crise "muito pior do que o próprio coronavírus".
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Após as reuniões desta segunda, o presidente se disse "muito feliz", agradeceu aos governadores e afirmou que eles apresentado pedidos "de forma muito justa".
"Estou muito feliz. Cumprimento não só os governadores, bem como meu vice-presidente da República, os senhores ministros e secretários, que foram pessoas que realmente, com muita galhardia, com muita competência, souberam dar uma resposta aos senhores governadores que, de forma muito justa, haviam pleiteado a nós. Meu muito obrigado a todos."
Durante as videoconferências, Bolsonaro anunciou um pacote de R$ 88 bilhões para reforçar o caixa de estados e municípios. Entre as medidas, está a suspensão das dívidas dos estados com a União, que custará à União R$ 12,6 bilhões.
Questionado sobre a contradição entre as falas anteriores de Bolsonaro e tentativa de entendimento, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, afirmou que reunião foi um "momento de altíssimo simbolismo".
"A solução trazida hoje pelo presidente foi de um momento de um altíssimo simbolismo, o presidente conversando, dialogando, buscando soluções com os nove governadores do Nordeste, em seguida com os setes governadores da região Norte, as outras regiões também terão reuniões similares, a partir de pleitos dos próprios governadores, bem como de prefeitos", disse Waldery, em entrevista coletiva.