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Inquérito que investiga mortes de caciques Guajajaras no MA não há previsão para ser concluído, diz PF
NOTÍCIA
Publicado em 07/02/2020

A Polícia Federal (PF) informou ao G1 nesta sexta-feira (7) que o inquérito que investiga a morte dos caciques Raimundo Bernice Guajajara e Firmino Sílvio Guajajara, assassinados em um atentado na BR-226, entre as aldeias El Betel e Boa Vista, localizadas no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, não tem previsão para ser concluído.

Questionados, a PF disse que as investigações estão sob sigilo e por isso, detalhes não serão divulgados. O crime completa dois meses nesta sexta e segue sem respostas. Outros dois indígenas ficaram feridos durante o ataque.

Na época do crime, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que as mortes poderiam ter relação com os constantes assaltos que são registrados no trecho da BR-226, que compreende as aldeias indígenas. O G1 procurou a Funai, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.

 

Relembre o caso

 

Em um vídeo divulgado nas redes sociais logo após o atentado, um dos indígenas que sobreviveu contou que o grupo foi surpreendido por um veículo de cor branca que realizou disparos contra uma motocicleta em que ele e um dos caciques mortos estavam. Veja o vídeo abaixo.

Um dos indígenas que ficou ferido, foi submetido a duas cirurgias para corrigir lesões na bexiga e no intestino. Ele ficou internado por alguns dias no Hospital Macrroregional de Presidente Dutra, cidade a 347 km de São Luís.

O segundo índio ferido foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jenipapo dos Vieiras, mas foi liberado logo em seguida.

 

Protestos e tensão

 

Revoltados, os índios Guajajaras bloquearam três pontos da BR-226 entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú. Um grande congestionamento de veículos de mais de 1,5 quilômetro foi registrado na área e houve tensão entre indígenas e não indígenas que tentavam passar pela região.

Lideranças indígenas também reagiram as mortes dos caciques. Dentre elas, a ativista Sônia Guajajara, que solidarizou com os familiares das vítimas e pediu justiça para o caso. Veja o vídeo abaixo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou o envio de tropas da Força Nacional ao Maranhão pelo prazo de 90 dias, para tentar controlar a tensão que se instaurou após o crime. As tropas continuam na região e segundo o decreto, a operação pode ter o prazo prorrogado.

Crimes contra indígenas

 

Três indígenas foram mortos em conflitos registrados nos meses de novembro e dezembro de 2019 no Maranhão. Entre eles, Paulo Paulino Guajajara, um dos ‘Guardiões da Floresta’, que foi morto em uma emboscada na Terra Indígena Araribóia, no município de Bom Jesus das Selvas no Maranhão.

 

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em dez anos, 35 casos de assassinatos de indígenas foram registrados no estado. Os dados somam os casos que ocorreram dentro e fora das terras.

 

 
 
 
 
 
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