Inquérito vai apurar vazamento de fotos íntimas de jovem morta por policial

Segue preso preventivamente o policial militar Carlos Eduardo Nunes, suspeito de matar a ex-companheira e o suposto amante. O caso aconteceu na tarde de sábado (25) dentro de um condomínio residencial no bairro Vicente Fialho, em São Luís.

O soldado já foi ouvido em audiência de custódia e voltou a confessar ter assassinado a ex-companheira e um homem com quem ela vinha mantendo um relacionamento.

O PM vai responder pelo homicídio de José William dos Santos e pelo feminicídio de Bruna Lícia Fonseca Pereira. A polícia confirmou a presença de uma terceira pessoa no apartamento onde o crime aconteceu. Esse rapaz, que é amigo das vítimas, também já foi ouvido e deve auxiliar nas investigações.

De acordo com a investigação, pelo menos 8 disparos foram efetuados. A polícia já pediu exames de laboratório para confirmar a versão do policial de que houve luta entre ele e as vítimas, antes de cometer o crime. A cena de crime também foi periciada, já as imagens do circuito de segurança do prédio vão ser analisadas.

A polícia ainda vai ouvir vizinhos do prédio e pessoas do convívio de Bruna e Carlos. Quanto às fotos íntimas que foram divulgadas da vítima, um novo inquérito deve ser aberto para apurar o vazamento.

Nesta segunda-feira (27), a Comissão da Mulher e da Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão, lançou nota de repúdio sobre o caso. Veja abaixo na íntegra:

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão, por meio da Comissão da Mulher e da Advogada – CMA/MA, vem a público repudiar mais um crime de feminicídio e homicídio ocorrido no Estado.

Nesse sábado (25), mais uma mulher foi assassinada por seu companheiro, passando a integrar as estatísticas do crime de feminicídio do Estado. Em 2019, foram registrados 48 casos. Um aumento se comparado ao ano anterior, 2018, com 43 feminicídios. Em que pese viver-se no Século XXI, mais uma mulher é vítima da violência extremada que assola a nossa sociedade.

O feminicídio é a triste consequência do machismo alicerçado na naturalização de comportamentos, que fazem pessoas acreditarem que diferenças sexuais respaldam superioridade de um gênero sobre o outro. A vida humana é feita de dissabores e escolhas. Violência não é solução, tampouco justificativa para as frustrações vividas.

Diante tamanha atrocidade, não se é complacente com tamanho desrespeito à dignidade da pessoa humana e banalização da vida. Logo, REPUDIA-SE, de forma veemente, o ato brutal cometido pelo policial militar, que tem direito à defesa e um julgamento justo, assim como todos os posicionamentos de culpabilização da vítima e que incentivam o julgamento e opressão do gênero.

Expressamos nossa solidariedade às famílias das vítimas, na certeza de que a justiça será feita, assim como da continuidade do combate às violências que depreciam o viver em sociedade.

Comissão da Mulher e da Advogada da OAB/MA