MUNDO
Juan Guaidó é banido de cargos públicos na Venezuela por 15 anos
O autoproclamado presidente é acusado de receber dinheiro de fontes internacionais e nacionais e não justificar
A Controladoria Geral da Venezuela (CGV) anunciou nesta quinta-feira 28 a inabilitação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, para o exercício de cargos públicos por 15 anos, o período máximo possível.
Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro e foi reconhecido por mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos, a Alemanha, a França, a Espanha e o Brasil.
O chefe da CGV, Elvis Amoroso, afirmou que “se presume” que Guaidó ocultou ou falsificou dados de sua declaração de patrimônio e recebeu dinheiro de fontes internacionais e nacionais sem justificar.
A Controladoria Geral da Venezuela ordenara em 11 de fevereiro uma auditoria no patrimônio de Guaidó, alegando suspeitas de que ele teria falsificado dados da sua declaração de patrimônio.
A investigação integra uma resolução emitida por Amoroso, que foi designado em 2018 pela Assembleia Nacional Constituinte, um “parlamento” composto unicamente por simpatizantes do regime e não reconhecido por vários países, entre eles o Brasil e os membros da União Europeia.
Na decisão da auditoria é justificado que a Constituição da Venezuela prevê que os deputados da Assembleia Nacional, presidida por Guaidó e majoritariamente composta por membros da oposição, dedicam-se exclusivamente à atividade parlamentar, pelo que não podem receber “nenhum tipo de rendimentos por outro trabalho público ou privado”.
Golpe de Estado
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Maduro, de 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão aos protestos contra o regime, desde 23 de janeiro, provocou no mínimo 40 mortos, de acordo com várias organizações não governamentais.
A essa crise política soma-se uma grave crise econômica e social, que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.