"Um dos principais desafios enfrentados foi o atendimento rigoroso às normas de navegação, que exigem o cumprimento de um gabarito mínimo navegável, garantindo altura livre adequada entre a lâmina d’água e a estrutura superior da ponte, mesmo na cota de máxima cheia do rio. Além disso, o Rio Tocantins, no trecho da obra, apresenta profundidades que chegam a cerca de 40 metros, o que tornaria extremamente complexa e onerosa a execução de pilares no leito do rio", informou o Dnit.
Para suportar essa vasta estrutura, foram necessárias 24 fundações e 26 pilares. A ponte é projetada para garantir segurança e fluidez, contando com duas faixas de rolamento, com 3,6 metros cada, e dois acostamentos, com três metros cada. Também foram construídas barreiras de proteção do tipo New Jersey e dois passeios exclusivos para pedestres.
O segredo por trás da agilidade e da capacidade de vencer grandes distâncias reside no método de construção adotado: o balanço sucessivo. Esta técnica é utilizada para erguer pontes e viadutos de grandes vãos, onde o uso de escoramentos convencionais apoiados no solo não é viável.
"Diante desse cenário, optou-se pela adoção de um vão livre maior, eliminando a necessidade de apoios intermediários no leito do rio. Entre as alternativas técnicas disponíveis na engenharia de pontes, o método construtivo de balanço sucessivo foi escolhido por apresentar a melhor relação entre segurança, viabilidade técnica, prazo de execução e custo-benefício".
O balanço sucessivo funciona por meio da execução da estrutura em segmentos, conhecidos como aduelas. Essas aduelas são concretadas ou pré-moldadas e avançam em balanço, sucessivamente, a partir de um ou mais pilares centrais. No total, a obra contará com 60 aduelas, sendo que 20 já haviam sido concretadas até o início de outubro de 2025.